A especialista e professora de psicologia da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, Isabella Henze, ensinou sobre os transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Espectro Autista (TEA) durante as Jornadas Acadêmicas.
No decorrer da aula, a profissional enfatizou que todas as pessoas que possuem esses transtornos têm responsabilidades, mas que precisam de ajuda para encontrar maneiras de viver sem prejuízos. Hoje, muitos adultos com transtornos perdem emprego e até o número de divórcios aumentou. Também foi falado que o indivíduo já nasce com ele e que o ambiente influencia demais, podendo aumentar o nível do transtorno. Toda pessoa diagnosticada tem uma predisposição genética, e que pode ser até hereditária.
“Antigamente, as pessoas com esses tipos de transtornos eram internadas e iam para os manicômios. Essa realidade está bem diferente. O psicólogo pode dar o diagnóstico e fazer o tratamento do paciente. Realmente, não existe cura, mas uma educação e planejamento evita o sofrimento dessas pessoas, fazendo com que elas se tornem funcionais em todos os ambientes. Em algum momento, a vida vai cobrar delas e, por isso, é preciso ensinar como administrar os comportamentos que têm grande frequência e intensidade”, comenta a professora Isabela Henze.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que cerca de 4% da população mundial sofre com o TDAH. No Brasil, são mais de duas milhões de pessoas, mas menos de 20% delas foram diagnosticados ou tratados. Com isso, grande parte dos que não tiveram o diagnóstico acabam sendo demitidos em função dos sintomas como: comunicação deficiente, distração, memória fraca, problemas de gerenciamento de tempo, falta de habilidades interpessoais, procrastinação, hiperatividade e dificuldade em gerenciar projetos complexos.
Alimentos podem ajudar nos sintomas de TDAH
Como os estudos sobre o TDAH estão cada vez mais profundos, as crianças que hoje são diagnosticadas se tornarão adultos mais bem preparados do que os de hoje. Atualmente, existem pesquisas sendo feitas em cima de alimentos. Você sabia que o cérebro, sozinho, consome entre 20 e 25% de toda a energia que obtemos pela alimentação? Poucas pessoas conhecem este fato. Somente estes números já dão uma ideia bem clara da importância que a comida tem, especialmente quando se quer pensar, raciocinar e aprender melhor.
A ciência também tem feito testes nos alimentos mais consumidos na infância e estão descobrindo que eles ajudam a ativar os transtornos. Para casos de TDAH e para melhorar a distração e o cérebro, os melhores alimentos são as proteínas, como carnes magras, peixes – gorduras boas e carboidratos complexos – grãos integrais, aveia, sementes, entre outros. Os carboidratos simples não são bons, sendo os mais prejudiciais o açúcar e a farinha branca.
Além disso, antes, como ninguém sabia ao certo o que eram esses comportamentos diferentes, muitas vezes eram tratados com punição. Os pais ou responsáveis brigavam com as crianças e/ou adolescentes por causa do atraso constante, ataques de raiva frequentes, impulsos, entre outros e isso causava muito sofrimento para eles, pois os indivíduos não conseguiam ser diferentes ou ter controle de suas emoções.
Hoje, a psicologia ajuda a criar estratégias para que eles sobrevivam cada dia sem prejuízos e, quando possível, sem medicação. Outro fator importante, como foi falado acima, é que, a depender do ambiente, os transtornos podem reduzir de nível ou até mesmo aumentar. Então, educar a família e amigos para que eles entendam a forma como estes indivíduos veem a vida, evita conflitos desnecessários.
Muitas pessoas diagnosticadas têm o hiperfoco, o que acaba as destacando no trabalho e em outras áreas da vida. Então, o TDAH e o TEA não são uma sentença. Basta encontrar o profissional e o tratamento adequado.