A indústria da moda está passando por uma transformação significativa, impulsionada pela preocupação crescente com a sustentabilidade. A moda circular, que prioriza a reutilização, reciclagem e extensão da vida útil dos produtos, tem se destacado como uma resposta viável para mitigar os impactos ambientais do setor. Ao contrário do modelo tradicional de produção e consumo, no qual as peças são rapidamente descartadas, a moda circular busca manter os produtos em uso por mais tempo, diminuindo o desperdício e a exploração de recursos naturais.
De acordo com o relatório “A New Textiles Economy”, da Fundação Ellen MacArthur, cerca de 73% das roupas produzidas no mundo são descartadas em aterros ou incineradas. Além disso, a fabricação de uma única camiseta de algodão pode consumir até 2.700 litros de água, quantidade suficiente para abastecer uma pessoa por 2,5 anos. Esses dados alarmantes têm levado consumidores e empresas a reavaliarem suas práticas, estimulando a adoção de modelos mais sustentáveis.
A moda circular atua em diversas frentes, desde o design pensado para maior durabilidade até práticas como upcycling (reutilização de peças antigas para criar novas) e a revenda de roupas usadas. No Brasil, plataformas digitais especializadas em second hand, como Enjoei, Repassa e Troc, têm crescido e incentivado o consumo consciente, acompanhando uma tendência mundial.
Eventos como bazares e brechós físicos também se tornaram parte importante desse movimento. Eles oferecem ao público a chance de adquirir peças de qualidade e, muitas vezes, de grandes marcas, a preços acessíveis, ao mesmo tempo em que prolongam a vida útil dessas roupas e ajudam a reduzir o impacto ambiental.