Novidades do setor de cosméticos e beleza são mapeadas todo ano pela área de inteligência de dados da B4A – Beauty for All, detentora de várias marcas, como glam (antes, Glambox) e Men’s Market . Em sua versão 2023, o Beauty Plan, dedicado a identificar os diferentes perfis de consumo e as mudanças de comportamento dos consumidores, revela o novo cenário do segmento e antecipa o que está por vir.
Entre os dados que mais se destacaram no estudo deste ano, chamou atenção o fato de que boa parte das mulheres (39%), com a volta ao presencial, afirmaram gastar mais com produtos de beleza em 2022. Além disso, entre as que investiram mais nesses itens, 42% optaram por marcas mais caras no período – no estudo anterior, eram 37%. Outro ponto interessante identificado pelo levantamento foi que, apesar da instabilidade econômica, 58% das consumidoras irão manter em 2023 o mesmo orçamento mensal dedicado aos produtos cosméticos no ano passado, e não estão dispostas a migrarem para marcas mais econômicas, principalmente em categorias como cabelo, com 62% em 2021 e 56% em 2022; e maquiagem, com 55% e 50%, respectivamente. Apesar disso, quando questionadas sobre critérios para compra, a maioria ainda valoriza o preço quando busca por produtos de beleza (56%).
Para tomadas de decisão de compra, 53% das mulheres são influenciadas por amigas e influenciadoras digitais, 41% por suas médicas dermatologistas e 32% por reviews de outras consumidoras Quando questionadas sobre os gastos para 2023, entre a parcela de mulheres que pretendem diminuir os custos (24%), 55% afirmaram que irão adquirir somente os itens essenciais, daqueles que “não dá para viver sem”. Sobre o mesmo tema, todas as respondentes da pesquisa citaram os cuidados com a pele, facial (63%) e corporal (57%), como as principais preocupações em 2023.
Entre os produtos da chamada “cesta básica de beleza”, que envolve o conjunto de itens que mais de 50% das participantes da pesquisa afirmam não abrir mão, mesmo em momentos de contenção de gastos, são priorizados aqueles dedicados aos cuidados com os cabelos, com shampoo e condicionador ocupando o topo da lista de escolha das consumidoras desde a edição do ano de 2020 (79%). Sobre 2022, foram 63% das consumidoras elegendo esses produtos, em todas as faixas etárias, independentemente da renda.
Homens estão mais vaidosos
Na contramão do público feminino, o mercado de beleza para os homens segue em um processo de expansão e experimentação, com mais de 90% dos entrevistados afirmando que eles mesmos decidem sobre a compra de seus produtos cosméticos e a maioria utiliza a internet como principal influenciadora nas tomadas de decisão de compra, em sites especializados (50%) e reviews de outros consumidores (49%). Há, ainda, uma parcela dos homens (26%) influenciada pela recomendação de amigos.
Além disso, em 2022, a maioria (52%) aumentou os gastos com a beleza em comparação com o ano anterior, comprou mais produtos do que costumava comprar (72%), e muitos ainda (45%) mantiveram os mesmos custos dedicados a esse tipo de cuidado no período.
Pela primeira vez, a cesta básica de beleza dos homens aparece com uma lista mais extensa e completa que das mulheres investigadas. Agora, além dos produtos de higiene básica e perfume, que apareceram de forma inédita no levantamento de 2022, aqueles destinados aos cuidados com a barba (61%) e de limpeza facial (50%) também foram priorizados.
Para se ter uma ideia, até o momento, em 2023, as vendas de planos de assinaturas e produtos masculinos da B4A já representam o dobro das realizadas no mesmo período no ano passado.
Para a edição deste ano, o estudo contou com a maior base de consumidores já investigada pelo projeto, com um total de 33.433 pessoas, entre mulheres e homens, que responderam a questões que envolviam seu cuidado pessoal no último ano, a previsão de gastos para 2023, os produtos que compõem sua cesta básica de beleza, entre outros assuntos. A pesquisa foi realizada entre 1º de dezembro de 2022 e 15 de fevereiro de 2023.
Referência em dados para o setor
De acordo com Jan Riehle, CEO e fundador da B4A, o Beauty Plan funciona como uma espécie de guia, não só “dentro de casa”, mas para todo o segmento de beleza, beneficiando e norteando investidores, a exemplo da XP Investimentos, que já utilizou o material, e as diversas marcas no mercado: “contando com nossa expertise na digitalização e coleta e análise de dados, as marcas recebem uma boa base de informações úteis nas tomadas de decisões estratégicas, podendo obter desde um suporte para o desenvolvimento de novos produtos, como lançar mão de envios segmentados a seus clientes, com produtos para experimentação”.
Foi graças a pesquisas realizadas pela startup para o Beauty Plan que a startup pôde conhecer os pontos essenciais envolvidos em uma boa experiência de compras, de acordo com os consumidores, para então criar sua plataforma para venda de produtos lá em 2020: “já iniciamos nossa atuação no e-commerce com assinatura de itens selecionados a partir do perfil individual do nosso cliente, com uma jornada personalizada e descontos diferenciados na loja, atendendo às necessidades dos nossos consumidores”, explica o executivo.
Para viabilizar esses estudos, a empresa utiliza a B4A Connect, uma plataforma própria criada para conectar consumidores interessados em produtos de beleza, influenciadores digitais e marcas do segmento. Atualmente, a ferramenta é utilizada para analisar características próprias de seus clientes, por meio de algoritmos de machine learning, customizando os serviços oferecidos, personalizando a coleção de produtos a serem enviados pelos planos de assinatura e definindo a vitrine e as recomendações dos itens na loja.