Diferentes sentimentos e emoções caminham lado a lado com a maternidade atípica, mas um deles, em especial, costuma desafiar mães de crianças com alguma síndrome, transtorno, doença rara ou deficiência. É o medo, normalmente fruto da falta de informação e de incertezas sobre o futuro.
“Os pais ficam muito inseguros pensando em como os filhos serão quando adultos. Também têm medo de quem cuidará deles quando não tiverem mais essa possibilidade. Há ainda o temor relacionado ao falecimento quando tem alguma questão de saúde envolvida”, conta Mariana Bonnás, psicóloga referência no atendimento da maternidade atípica.
Apesar de ser totalmente compreensível que os pais se preocupem com o que está por vir em relação aos filhos, pensar excessivamente sobre o amanhã impacta de forma significativa a qualidade de vida das famílias. “Nós, enquanto seres humanos, temos medo do desconhecido e o futuro é esse lugar sobre o qual não sabemos nada e nem podemos controlar”, explica.
Pais devem se concentrar no momento presente
Segundo a psicóloga, a melhor estratégia para lidar com as incertezas é focar no hoje. “Nós nunca saberemos com exatidão o que o futuro nos aguarda. Então, o melhor é focarmos no que está acontecendo agora, para que possamos controlar o que é possível e assim criar o melhor futuro que pudermos para nós e nossos filhos”, recomenda.
Autora do livro “Mães atípicas: a maternidade que ninguém vê” (Ed. Gente), Bonnás reuniu, de forma sensível e empática, estratégias práticas e reflexões para que se vivencie uma maternidade mais leve e feliz. “O livro aborda bastante essas questões, pois a maioria dos pais compartilham dos mesmos sentimentos. Por meio de textos reflexivos, com ferramentas fáceis de aplicar e histórias fictícias baseadas em casos reais, eu busquei acolher esses sentimentos e mostrar que é possível viver sem tanto medo do futuro ou outros que possam surgir pelo caminho”, incentiva.
A psicóloga ainda alerta sobre a necessidade de procurar ajuda profissional caso esteja muito difícil lidar com todas essas questões. “Nem sempre é fácil lidar com os desafios impostos no dia a dia sozinho”, afirma.