A Copa do Mundo de Futebol Feminino já é o maior torneio de todos os tempos e a primeira edição com 32 seleções participantes. A delegação brasileira já desembarcou na Austrália e se prepara para lutar pelo primeiro título na competição. Neste ano, além de médicos, fisioterapeutas e massagistas, uma psicóloga acompanhará o time. Conforme a psiquiatra Lívia Castelo Branco, o cuidado com a saúde mental pode melhorar os resultados no campo.
“Na preparação para os grandes torneios, o acompanhamento com um profissional de saúde mental se torna ainda mais significativo, pois a pressão por resultados, a exposição social ou a ansiedade podem influenciar o rendimento das jogadoras. Quando se trata de esporte, falamos de concentração, autoconfiança, superar limites, conviver em grupo e lidar com frustrações, fatores que dependem diretamente da saúde mental”, explica.
Nas Olimpíadas, por exemplo, a ginasta norte-americana Simone Biles desistiu de disputar a final individual geral da ginástica artística para cuidar da saúde mental. Outro caso que ganhou notoriedade aconteceu na Copa do Mundo masculina de 2014, quando o capitão da seleção brasileira, Thiago Silva, chorou e desistiu de bater um pênalti contra o Chile.
#AcordaPraElas: o exemplo da Seleção Feminina
Para Lívia Castelo Branco, a presença da psicóloga na delegação é uma novidade no mundo dos esportes, mas que deve servir de inspiração para outras equipes de diversos esportes e gêneros à medida que o debate sobre saúde mental vai ganhando espaço entre os atletas e treinadores. Para a psiquiatra, é urgente reconhecer que, tanto pelo ponto de vista humano, quanto pelos resultados, é preciso aliar preparação física e psicológica.
“Durante as partidas a presença de um profissional de saúde mental também é interessante, pois emoções influenciam na tomada de decisões. Do ponto de vista de saúde mental, foi uma decisão acertada, cujo exemplo poderá ser extrapolado para outros esportes femininos e masculinos, inclusive nas categorias de base”, finaliza a profissional.