Os transplantes capilares evoluíram muito nas últimas décadas. Se antes os procedimentos deixavam marcas visíveis e fios com aspecto artificial, hoje as técnicas garantem resultados naturais e discretos. Essa mudança ajudou a transformar o Brasil em um dos principais destinos para quem busca recuperar os cabelos e a autoestima.
De acordo com um levantamento da International Society of Hair Restoration Surgery (ISHRS), o Brasil já está entre os territórios que mais realizam transplantes capilares no mundo. O país acompanha de perto avanços tecnológicos que tornaram os procedimentos mais precisos, reduzindo tempo de recuperação e melhorando a estética final.
Para Stanley Bittar, especialista em transplante capilar e CEO da Stanley’s Hair, essa evolução mudou completamente a percepção do público. “Antigamente, as pessoas tinham medo do transplante porque viam aqueles fios espaçados, retos, com cara de boneco. Hoje, a distribuição é feita fio a fio, seguindo o caimento natural do cabelo. Isso fez com que mais gente se sentisse confiante para realizar o procedimento”, explica.
De cicatrizes visíveis a resultados naturais
O transplante capilar começou a se popularizar nos anos 90, mas os primeiros métodos eram invasivos e deixavam cicatrizes. O mais comum era a técnica FUT (Transplante de Unidades Foliculares), que consistia na remoção de uma faixa inteira do couro cabeludo para extração dos folículos. Isso gerava um tempo de recuperação mais longo e um risco maior de marcas na pele.
Hoje, a maioria dos transplantes utiliza a técnica FUE (Extração de Unidade Folicular), que retira os fios individualmente e os transplanta sem necessidade de cortes grandes. A novidade reduziu o desconforto e acelerou a recuperação. Além disso, equipamentos mais modernos permitem um posicionamento mais preciso dos fios, o que dá um acabamento muito mais natural.
“A grande mudança não foi só na técnica, mas na forma como o transplante é feito. Antes, ele era muito mecânico, agora é pensado artisticamente, respeitando o caimento dos fios e o formato do rosto da pessoa. Esse cuidado faz toda a diferença no resultado”, comenta Bittar.
Porquê o Brasil se tornou referência
O Brasil já era um dos líderes em cirurgia plástica e, nos últimos anos, o transplante capilar entrou nesse cenário. O país se destaca pela qualidade dos especialistas, mas também pelo custo-benefício. Aqui, os valores são mais acessíveis do que em outros mercados, como os Estados Unidos e a Europa, sem perder em qualidade.
Os custos baixos frente ao dólar não são suficientes, no entanto. A confiança no mercado estético nacional faz toda a diferença. Outro fator que impulsionou o crescimento do setor foi a demanda. O brasileiro tem uma relação forte com a aparência e a autoestima, o que fez com que mais pessoas buscassem tratamentos para calvície e falhas capilares. Isso gerou um mercado forte e permitiu que as clínicas investissem em tecnologia e especialização.
“O Brasil se tornou referência porque temos médicos extremamente qualificados e acessibilidade maior do que muitos países. É por isso que hoje não só brasileiros, mas também estrangeiros vêm para cá realizar múltiplos procedimentos”, destaca Bittar.
Com o avanço das técnicas e o acesso facilitado, o transplante capilar deixou de ser algo restrito para poucos e passou a ser uma alternativa viável para quem quer recuperar os fios com segurança e naturalidade. E tudo indica que essa tendência vai continuar crescendo nos próximos anos.