BRASÍLIA. Em discurso no plenário o senador Plínio Valério (PSDB-AM) criticou o despreparo e a má vontade do governo para implementar medidas permanentes e não paliativas para enfrentar os desastres naturais sazonais que castigam a Amazônia.
Lendo a manchete dos noticiários dando conta de que a Amazônia tem alta de 286% nos focos de queimadas em fevereiro, Plínio relembrou também a agrura dos amazônidas com o isolamento provocado pela grave seca do ano passado, sem que “os hipócritas” que antes alimentavam a comoção mundial agora nada façam.
Por fim, Plínio anunciou a apresentação de um voto de aplauso pelo aniversário de 57 anos da Suframa, maior responsável pelo emprego e preservação de 97% da preservação das florestas no Amazonas.
Ao comemorar os 57 anos da Suframa lembrou que a Zona Franca de Manaus, apesar do retorno expressivo de impostos para a União, vem sofrendo a cada ano duros ataques dos que de forma preconceituosa reclamam dos 8% de subsídios e nada falam dos 92% distribuídos para outras regiões ricas do País.
“Aos trancos e barrancos a gente vai resistindo. A Suframa, que foi tão forte, vive da arrecadação das taxas administrativas, que são contingenciadas pelos governos. Hoje, a Suframa tem, contingenciados pelo Governo R$10 bilhões, que poderiam muito servir para todos nós da Região Amazônica, mas a Suframa sobrevive . Meu amigo, meu colega Bosco Saraiva é o superintendente da Suframa hoje, e Antonio Silva é o presidente da Fieam. Quero aqui parabenizá-los e dizer que nós vamos continuar lado a lado resistindo. Ora, há 57 anos e 64 anos, a gente resiste, apesar deles; a gente resiste, apesar das dificuldades”, garantiu Plínio.
Ele lembra que , como acontece todos os anos na Amazônia com a seca, daqui a três meses virá também a cheia. A diferença é que os gestores não se preparam e não se faz nada para mudar além de processos nebulosos de dispensa de licitação, “muito dinheiro de urgência e discursos fantasiosos, discursos cínicos, é o que a gente pode presenciar, e nós temos que estar sempre mostrando”.
“O Governo mudou e as queimadas aumentaram. O Governo mudou e as invasões ( de terras) aumentaram. A pergunta que fica: essa gente que tanto criticava por causa dos incêndios, das queimadas, que tanto se preocupava, não se preocupa gora? Porque dobrou, mais do que dobrou! É o bem se alimentando do mal. Eles precisam que você seja mal, que nós sejamos incapazes de cuidar de um bem que eles acham que é internacional, que é a Amazônia. Então, enquanto houver queimada, enquanto houver garimpo ilegal, enquanto houver invasões, o império do bem vai estar cada vez mais forte, porque o mal está acontecendo e eles estão combatendo o mal”, criticou Plínio.