A saúde mental na terceira idade é algo que a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) preza e promove na sociedade. Em alusão a campanha nacional do Janeiro Branco, mês de conscientização da saúde mental e emocional, cerca de 60 idosos e familiares participaram de uma dinâmica e roda de conversa sobre o tema, nesta sexta-feira (19/01).
Coordenada pela Secretaria Executiva Adjunta de Direitos da Pessoa Idosa (Seadpi) da Sejusc, por meio do Centro Integrado de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa (Cipdi), a ação ocorreu, simultaneamente, em todas as unidades do Cipdi, abrangendo a zona centro-sul, leste e norte de Manaus.
Na unidade do Parque 10, localizada na Rua do Comércio, nº 270, anexo à Delegacia Especializada em Crime Contra Idoso (DECCI), 15 participantes participaram das dinâmicas sensoriais e de sensibilidade sobre a vivência do idoso, com um circuito de locomoção, atividades diárias realizadas com baixa visão e dificuldade de tato, além de conversas sobre a importância do cuidado mental e não limitação do idoso.
Os idosos foram pessoas atendidas em dezembro pelo Cipdi, por terem sofrido algum tipo de violência psicológica.
Pedro Pessoa, de 74 anos, comentou que participar da atividade foi “maravilhoso”, e que falar sobre a idade, sobre como os idosos se sentem e os filhos poderem debater mais sobre sua saúde é algo importante. Ele reiterou o seu momento favorito da ação.
“A questão da teimosia do idoso foi o que mais me chamou atenção, porque o filho tem uma mania de dizer que os pais são teimosos, mas não é isso, é que antes o idoso tinha o poder de fazer algo e hoje não consegue, então o filho não se põe no lugar de deixar ele fazer aquilo até onde conseguir e depois ajudar. Hoje eu vejo que não é por eu ser idoso que sou teimoso, estamos retraindo e temos saudade de fazer as coisas que não conseguimos fazer”, disse Pedro.
Cristiano Gonçalves, de 38 anos e filho da Merinelde Gonçalves, de 93 anos, reforçou que a dinâmica foi produtiva, pois pode sentir como é viver com locomoção reduzida, e aprendeu sobre a vivência dos idosos no dia a dia.
“Se eu andasse com os pesos todos os dias, como foi na dinâmica, eu me sentiria muito incomodado, é uma dificuldade muito grande e eu pude me colocar no lugar de um idoso. A minha mãe por exemplo tem problema na perna, e naquele momento que eu estava com os pesos eu pude sentir a dificuldade que ela passa todos os dias”, explicou Cristiano.
Cipdi
No Centro Integrado a população idosa tem acesso facilitado a atendimentos psicossociais, podendo registrar denúncias e receber orientações e encaminhamentos para a rede de proteção. Além disso, o Cipdi dispõe de equipes técnicas que realizam visitas domiciliares, mediação de conflitos e atividades preventivas contra violações de direitos.
Em 2023, as unidades do Cipdi somaram 1.194 atendimentos . Do total, 969 idosos foram vítimas de negligência, violência psicológica ou autonegligência. Os casos variam entre isolamento social, dependência física, psíquica ou emocional.
Além do trabalho preventivo, o Cipdi atua em conjunto com a DECCI na repressão aos crimes contra a terceira idade.
Foto: Ygson França/Sejusc