Tanto Grandes Mestres como iniciantes revelam uma origem comum do interesse pelo jogo: o ambiente escolar
Durante o evento Manaus Chess Open, que acontece durante toda esta semana no Novotel, localizado no Distrito Industrial, zona Sul, os competidores citaram a importância da implantação do xadrez como atividade esportiva no ambiente educacional, ampliando a vivência esportiva dos alunos e tendo como referência a proposta pedagógica da escola.
O evento reúne enxadristas de, pelo menos, oito países e 17 estados diferentes, que juntos competem pelos prêmios – que somam R$ 26 mil.
Os relatos reforçam a importância da criação de políticas educacionais que levem a modalidade para mais escolas, apresentando o esporte parar todas as crianças e adolescentes, que podem ser grandes jogadores e mudarem as suas realidades de vida.
O Grande Mestre Evandro Amorim foi apresentado a um jogo de xadrez bem novo, aos 12 anos, em uma escola de Minas Gerais. O primeiro contato dele foi em um projeto que acontecia em escolas públicas.
“Aprendi em um projeto que existia na minha cidade voltado para o xadrez e acontecia em todas as escolas públicas. E foi ali que eu tive meu primeiro contato e fui me apaixonando pelo jogo”.
Desde que começou a jogar até hoje, ele vê que o xadrez passou por muitas mudanças, desde ao preconceito com a modalidade até com a forma como o esporte passou a ser jogado. Nesse sentido, Amorim comemora que cada vez mais pessoas estejam se interessando pelo esporte.
“O xadrez vem crescendo bastante, tanto o escolar quanto o competitivo, principalmente com o uso da internet. Hoje todos têm acesso aos tutoriais que ajudam você a aprender as jogadas e todos conseguem se desenvolver”, comentou.
Um dos iniciantes que também “nasceu” no esporte através da escola é o pequeno Suan Bruno, de 13 anos. Ele estuda no Centro de Ensino Integral Eliza Bessa, localizado na Zona Leste de Manaus.
“Tive aulas na escola, comecei a aprender lá e foi um amor imediato pelo xadrez. Sempre tive muito incentivo do meu professor – que, pra mim, é um mestre e sempre nos levou para competir em torneios aqui na cidade e em outros estados. Agora está sendo uma experiência incrível participar do Manaus Chess Open”.
Ele também conta que o xadrez proporcionou muitas experiências boas de conhecer lugares novos, ainda que de maneira “superficial”.
“Minha última viagem foi para Natal, onde fui participar de um torneio brasileiro na categoria sub-14. Ainda que quase não tenha saído do hotel, porque a gente procura não se distrair muito com outras coisas, mas é muito legal ver outras culturas e ter contato com pessoas de todas as idades”, revelou.
Tendo em vista a importância da acessibilidade ao esporte que, por muitas vezes, é visto como difícil e inalcançável para as crianças e adolescentes, o diretor técnico da Federação Amazonense de Xadrez, Daniel Leite, reforça o compromisso da FAX em quebrar esses esteriótipos e apresentar o xadrez para os menores, que podem ser o futuro da modalidade no Amazonas.
“A gente tem investido todo o conhecimento do xadrez para as crianças para que a gente forme novos atletas, novos campeões. Ano que vem pretendemos firmar parceria com o governo e escolas para conseguirmos trazer ainda mais pequenos para eventos como esse”, revelou.