Com o projeto-piloto da produção de fibras de curauá lançado nesta semana pelo Governo do Amazonas, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) será o responsável pela disseminação de conhecimento entre os agricultores familiares da comunidade Santo Antônio de Caxinauá, no Distrito de Novo Remanso, em Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus), local onde a empreitada foi startada.
A atuação do instituto no projeto visa impulsionar a produção da fibra e torná-la mais uma alternativa econômica para Itacoatiara e região. O curauá é uma espécie de abacaxi cujo cultivo é destinado à produção de fibra utilizada nas indústrias têxtil e automobilística, em outras regiões brasileiras, como uma opção substituta à fibra de vidro.
“Nosso objetivo é fomentar o setor primário amazonense com culturas que sejam promissoras. A fibra de curauá vai fortalecer a nossa produção rural, pois é um produto com destino ao Polo Industrial de Manaus (PIM) inicialmente. Então, futuramente, o agricultor familiar será beneficiado com mais esta alternativa rentável e a garantia de emprego e renda”, destacou o diretor-presidente do Idam, Vanderlei Alvino.
O projeto-piloto da produção de fibras de curauá é fruto de uma parceria público-privada, que está sob coordenação da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), em conjunto com Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), o Idam, o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Também têm envolvimento na iniciativa as empresas Unifruti, Compol e Tutiplast.
Produção local
Os técnicos da Unidade Local (UnLoc) do Idam em Novo Remanso e do Projeto Prioritário do Abacaxi vão participar de todas as etapas de implantação do projeto-piloto na Fazenda Itajaí, na comunidade Santo Antônio de Caxinauá. Eles participarão, ainda, das capacitações que serão realizadas na unidade de campo, para que futuramente a cultura do curauá possa ser estendida para outras propriedades da região.
“A partir dos resultados obtidos no projeto-piloto, a produção comercial para retirada de folhas e novos usos da fibra poderão ser ampliadaa para novas áreas”, apontou a coordenadora do Projeto Prioritário do Abacaxi, Silvia de Abreu.
A região que contempla as comunidades Novo Remanso e Vila do Engenho, em Itacoatiara, já possui o cultivo do abacaxi reconhecido com Selo Geográfico de procedência da cadeia produtiva e beneficia, atualmente, mais de 800 agricultores familiares da localidade.
“A região de Novo Remanso é o principal polo produtivo de abacaxi. O acompanhamento técnico é fundamental, pois quando houver coincidência de floração entre o curauá e o abacaxi Turiaçu, poderá ocorrer a formação de sementes. E isso só seria prejuízo aos produtores de frutos do Turiaçu, destinado ao consumo fresco”, explicou a coordenadora.
Foto: Marfram Vieira/Idam