Uma das melhores maneiras de se verificar o sucesso de um projeto é acompanhando os resultados alcançados e os benefícios que a atividade gera para a sociedade. Foi pensando nisto que o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) promoveu uma experiência de imersão, com diversos atores públicos e privados para apresentar os avanços do Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio) e os reflexos positivos observados na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (RDS do Uatumã), localizada no Rio Amazonas.
A agenda, intitulada “Missão de Bioeconomia na Amazônia – RDS Uatumã”, contou com a participação da Associação do Polo Digital de Manaus (APDM), indústrias e startups associadas à APDM, e membros de órgãos públicos das esferas federal e estadual. Assim, pôde-se apresentar um pouco do que é realizado em comunidades do interior da região demonstrando como a bioeconomia na Amazônia representa um diferencial fundamental na vida de ribeirinhos, produtores locais e demais atores do ecossistema.
Os recursos aportados no PPBio são oriundos das atividades desenvolvidas pelas empresas beneficiárias da Lei de Informática da Zona Franca de Manaus (ZFM), muitas delas associadas à APDM. É por meio destes investimentos que se torna possível o apoio e incentivo a atividades como a bioeconomia, o que demonstra a importância que o Polo Digital de Manaus tem para a região.
O diretor executivo da APDM, Murilo Monteiro, comenta que a missão representa uma grande oportunidade para apresentar como a bioeconomia pode promover impacto social de forma sustentável, através do PPBio. “Esta iniciativa do Idesam, um dos institutos mais respeitados do Brasil, torna tangível para as indústrias da ZFM como são aplicados estes recursos e a importância em destinar parte da verba de P&D para o PPBio”.
Segundo Monteiro, é papel da APDM propagar as ações desenvolvidas na RDS do Uatumã e conectar cada vez mais as indústrias instaladas no PIM com o PPBio. “Os relatos de transformação social e econômica dos ribeirinhos mostram a importância do trabalho realizado pelo Idesam. As indústrias buscam uma estratégia de investimento responsável, vinculando o desempenho financeiro ao impacto ambiental e social de uma organização. O que vimos nesta missão é ESG na veia”, comenta.
Áreas beneficiadas
A iniciativa promovida pelo Idesam se concentrou em três áreas – sendo elas a Base da Reserva, a Comunidade Caribi e a Comunidade das Pedras -, e possibilitou aos participantes verificarem as experiências promovidas no meio da floresta em atividades como movelaria e marcenaria, o trabalho realizado na usina de óleos e nos sistemas agroflorestais (SAFs).
A questão central destacada ao longo da visita à RDS do Uatumã foi o cunho sustentável das atividades desenvolvidas no local, tendo os avanços da bioeconomia como base para os projetos em andamento. Assim, percebe-se que as madeiras utilizadas no avanço da movelaria e marcenaria local são controladas, possuindo certificação florestal (FSC) que garantem que seus usos seguem padrões de consumo ambientalmente corretos.
Já a usina de óleos visitada utiliza, para seu funcionamento, óleos essenciais de breu, em mais uma demonstração de como as atividades praticadas na região buscam sempre estar atentas às questões ambientais e minimizar possíveis impactos à floresta.
“Os projetos em andamento e acompanhados pelo Idesam passam por um crivo, um processo seletivo, para identificarmos sua validade e relevância regional. O interessante é que as pessoas que moram nas regiões nas quais atuamos contribuem com as atividades e apontam soluções que ajudam a aperfeiçoar o trabalho e o próprio PPBio”, afirma o diretor de inovação em Bioeconomia do Idesam, Carlos Koury.
Compensação de carbono
Um dos grandes destaques da agenda foi a garantia demonstrada de que as atividades promovidas no coração da floresta conseguem neutralizar a emissão de carbono, com o Idesam e produtores locais compensando a emissão de gases contra o efeito estufa através do plantio de sistemas agroflorestais. “As comprovações vivenciadas nesta expedição validam todo o investimento feito pelas instituições do Polo Digital de Manaus, beneficiárias da Lei de Informática da ZFM e que buscam não apenas ampliar suas atividades, mas deixar um legado para a sociedade amazônica”, conclui Murilo Monteiro.