Exatamente três anos depois de decretar a Covid-19 como uma emergência internacional de saúde pública, o comitê de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, nesta segunda (30), que ainda não irá declarar o fim do estado de alerta.
A emergência internacional de saúde pública é o nível mais alto de alarme da entidade. Em comunicado, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirma que concorda com a decisão do comitê. Segundo ele, apesar de o mundo estar em uma situação muito melhor do que estava há um ano, quando a Ômicron foi identificada, o número de mortes por Covid-19 tem aumentado desde dezembro.
“Não podemos controlar o vírus, mas podemos fazer mais para atender as vulnerabilidades das populações e dos sistemas de saúde. Isso significa vacinar 100% dos grupos de risco, aumentar o acesso aos testes e ao uso precoce dos antivirais, manter e expandir as redes de laboratórios, e lutar contra as fake news”, frisa o diretor-geral.
Apesar da decisão, Ghebreyesus afirma que a entidade segue esperançosa que, neste novo ano, o mundo entre em uma fase com menos internações e óbitos em consequência da Covid-19. A OMS espera ainda que os sistemas de saúde de cada país sejam capazes de lidar com a infecção de uma maneira integrada e sustentável.
Queda na testagem
Além do aumento nas mortes por Covid-19, a OMS destaca que houve queda internacional da quantidade de testagens e sequenciamentos genéticos, o que dificulta o monitoramento e identificação de novas variantes.
A entidade também relata que 13,1 bilhões de doses da vacina contra o coronavírus foram aplicadas no mundo, e 89% dos profissionais de saúde e 81% das pessoas com mais de 60 anos já receberam as duas primeiras doses. Porém, ainda há muita hesitação vacinal, e os países de média e baixa rendas ainda não têm cobertura suficiente.
“O comitê reconhece que a fadiga pandêmica e a redução da percepção pública de risco levaram a uma queda drástica no uso de medidas sociais de saúde pública, como as máscaras e o distanciamento social. A hesitação em vacinar e a disseminação contínua de desinformação continuam a ser obstáculos extras para a implementação de intervenções cruciais de saúde pública”, afirma a nota do diretor-geral.
*Com informações do Metrópoles