Esta semana o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiará parte da obra estatal do gasoduto Néstor Kirchner. O chefe do Executivo classificou críticas ao apoio financeiro do Brasil ao empreendimento argentino como “pura ignorância”, mesmo com o país vizinho passando por uma grande instabilidade financeira, com a inflação acima dos 92% anual.
“Eu tenho certeza que os empresários brasileiros têm interesse no gasoduto, nos fertilizantes, no conhecimento científico e tecnológico que a Argentina tem. E, se há interesse dos empresários e dos governos, e nós temos um banco de desenvolvimento para isso, vamos criar as condições para fazer o financiamento que gente puder fazer para ajudar no gasoduto argentino”, disse.
Mesmo antes de Lula confirmar a decisão do Brasil, o governo da Argentina já havia se antecipado em 2022, depois da eleição do petista, dizendo que receberia dinheiro estatal brasileiro para o gasoduto de Vaca Muerta. A secretária de Energia da Argentina, Flavia Royón, anunciou em 12 de dezembro de 2022, que seu país já contava conta com US$ 689 milhões de financiamento do BNDES para concluir a construção do 2º trecho da obra.
A 1ª fase do gasoduto foi concluída e, agora, os argentinos buscam ajuda financeira para continuar a obra. O 2º trecho terá cerca de 500 km e ligará os campos de óleo e gás da região de Vaca Muerta até San Jerónimo, na província de Santa Fé. Em uma fase futura, o gasoduto poderá chegar ao Brasil.
Lula não detalhou como o financiamento será feito e nem o valor. Em dezembro, a secretária de Energia da Argentina, Flavia Royón, anunciou que seu país contava com US$ 689 milhões em financiamento do BNDES para concluir a construção do 2º trecho do gasoduto.
Na época, o BNDES, ainda sob o comando do governo de Jair Bolsonaro (PL), emitiu nota em que dizia que não havia tal liberação.
“Com relação ao financiamento, os países maiores têm que auxiliar os países que tem menos condições em determinados momentos históricos. […] O jornalista [que fez a pergunta] sabe do orgulho que eu tinha quando a gente poderia financiar uma obra em um país da América do Sul, porque é isso que os países maiores têm que auxiliar os países menos condições em determinados momentos históricos”, disse.
Fernández agradeceu pelo anúncio feito por Lula e disse que as obras de continuidade do gasoduto precisam começar imediatamente.
“Acho que nós 2 entendemos melhor a missão dos bancos públicos. Aqui na Argentina só temos inveja do BNDES, ferramenta de crescimento incrível”, disse.