As críticas à meta de inflação e ao papel do Banco Central feitas pelo presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT) continuam causando estresse nos mercados de ações, dólar e juros. Caso haja pistas mais claras de que o governo planeja aumentar a meta de inflação ou acabar com a independência do BC, isso pode pesar ainda mais. Além disso, o caso das Americanas segue como destaque, o terceiro maior acionista da empresa quase que zerou os seus papeis na empresa.
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira vendido a R$ 5,208, com alta de R$ 0,037 (+0,72%). A cotação operou em alta durante quase toda a sessão, atingindo R$ 5,24 na máxima do dia, por volta das 10h30. Ao longo da tarde, a moeda desacelerou, mas ainda fechou em alta.
No mercado de ações, o dia foi marcado por ajustes. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 112.041 pontos, com queda de 0,78%. As ações de petroleiras e de mineradoras subiram, impulsionadas pela recuperação dos preços das commodities (bens primários com cotação internacional), mas ações de bancos caíram hoje.
Americanas em queda
As ações das Lojas Americanas, empresa que apresentou um pedido de recuperação judicial após a revelação de dívidas de até R$ 43 bilhões, caíram 29%. O papel, que valia cerca de R$ 12 até dez dias atrás, encerrou o dia cotado a R$ 0,79. A partir de segunda-feira (23), as ações da varejista deixarão de fazer parte de todos os índices da B3.
No Brasil, o mercado financeiro ainda está agindo sob reflexos de declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a atuação do Banco Central. Em entrevista na quarta-feira (18), ele criticou a autonomia do órgão e o regime de metas de inflação. Ontem (19), o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou que o governo pretenda reverter a autonomia do BC.
A alta do dólar no Brasil ocorreu na contramão do recuo perante as principais moedas internacionais. As bolsas norte-americanas fecharam em alta, impulsionadas principalmente pelas empresas de tecnologia.