Em julho de 2022, o britânico Isaiah Jarrett, de 8 anos, foi hospitalizado com um quadro extremo de vômitos. O menino foi diagnosticado, em um primeiro momento, com gastroenterite, uma inflamação comum no estômago ou intestino. Porém, a situação evoluiu e ele passou a sentir rigidez no pescoço e dores de cabeça.
Depois de passar por uma série de exames, o diagnóstico correto: ele tinha um meduloblastoma, um tipo de tumor cerebral, que já estava do tamanho de uma bola de golfe e se espalhando para outras partes do corpo do menino.
“A criança teve sintomas de vômitos pois a localização do tumor era na região da fossa posterior. A massa que se concentra nessa área normalmente causa sensação de tontura, náuseas, vômitos e sintomas que, muitas vezes, podem ser confundidos com outros problemas gastrointestinais”, explica o neurocirurgião Henrique Lira.
Devido à metástase, que é o processo de espalhamento do tumor para outras regiões do corpo, a fala de Isaiah foi comprometida. A criança precisou fazer um intenso tratamento de quimioterapia e radioterapia, além de passar por uma traqueostomia, um processo cirúrgico para abrir a traqueia do paciente e facilitar a respiração. Isaiah morreu oito meses depois do diagnóstico de câncer.
De acordo com Lira, tumores cerebrais, especialmente entre pacientes pediátricos, podem causar uma variedade de sintomas. Eles são raros, mas quando existe uma suspeita de alteração no comportamento da criança, como dor de cabeça, dificuldade ao caminhar ou ao movimentar algum dos membros, os médicos devem ampliar as suspeitas de diagnóstico.
Em casos como o de Isaiah, o ideal, segundo o neurocirurgião, é levar o paciente para avaliação neurológica especializada e fazer os exames apropriados para chegar ao diagnóstico o mais rápido possível.
Diante da situação, a mãe do menino, Dena Allen, lembra que entrou em desespero. “Pensei que poderia ter algo a ver com a barriga dele, nunca esperei ouvir que meu filho tinha um tumor no cérebro. Depois de sua primeira cirurgia, nunca mais ouvi a voz de Isaiah. Ele aprendeu a se comunicar por meio de gestos e murmúrios. Tudo o que poderia dar errado, deu”, lamenta.
*Com informações do Metrópoles