O Dia das Mães vai muito além de uma data comercial ou de homenagens afetivas. É uma oportunidade de reconhecer e refletir sobre o papel fundamental que as mães exercem na formação dos indivíduos e, por consequência, na construção de uma sociedade mais justa, empática e moralmente equilibrada.
Na perspectiva psicológica, a figura materna está entre os primeiros vínculos emocionais que uma criança estabelece. A mãe, ou a figura que assume este papel, é responsável por acolher, nutrir, proteger e ensinar. É através do olhar materno que a criança começa a formar a imagem de si mesma e do mundo. É nesse primeiro contato que os valores como respeito, empatia, responsabilidade, perdão e compaixão começam a ser ensinados – não só com palavras, mas principalmente com exemplos.
Jean Piaget, grande nome da psicologia do desenvolvimento, demonstrou que a construção do senso moral passa por estágios que se desenvolvem através da convivência, do afeto e da orientação firme. Nessa dinâmica, a mãe desempenha um papel essencial: ela é, muitas vezes, a mediadora das primeiras regras, das primeiras frustrações, dos primeiros aprendizados sociais e emocionais. É no ambiente doméstico, sob a influência materna, que a criança aprende a diferenciar o certo do errado, o bem do mal, e a importância do outro.
Do ponto de vista da moral judaico-cristã, a mãe é uma figura sagrada, símbolo do amor incondicional e do serviço abnegado. O mandamento “Honra teu pai e tua mãe” não é apenas uma regra de obediência, mas uma base estrutural para a formação de uma sociedade que respeita hierarquias saudáveis, valoriza a experiência e cultiva a gratidão. A maternidade, nesse contexto, é um chamado à missão mais nobre: formar seres humanos íntegros, compassivos e conscientes de suas responsabilidades éticas no mundo.
Na atualidade, onde tantos valores parecem diluídos pela pressa, pela distração digital e pelo individualismo, o papel da mãe continua sendo uma âncora emocional e moral. Quando uma mãe ensina seu filho a cuidar do próximo, a respeitar o diferente, a ser verdadeiro e trabalhador, ela não está apenas educando um indivíduo – está construindo as bases de um futuro mais digno para todos nós.
A mulher que exerce a maternidade – seja ela biológica, adotiva ou afetiva – carrega a potência de ser uma das maiores agentes de transformação da humanidade. Em um tempo em que tanto se fala de mudanças sociais, talvez devêssemos começar pela valorização do papel materno na formação de cidadãos moralmente saudáveis.
Neste Dia das Mães, que a homenagem vá além das flores e presentes. Que seja também um compromisso: o de reconhecer, valorizar e apoiar as mães em sua jornada diária de ensinar, acolher e transformar.