- Quais os fundos imobiliários mais recomendados para investir no primeiro semestre de 2025?
Tendo em vista os elevados índices de inflação percebidos em fevereiro e março e a projeção da manutenção em patamares elevados em abril, podemos ter boas oportunidades de compra em fundos de recebíveis IPCA+, os quais devem elevar seus dividendos.
- Os fundos imobiliários tendem a sofrer impacto direto da alta dos juros? Por que isso acontece?
A alta da taxa SELIC não é positiva para o mercado de renda variável, no qual está situado os FIIs. Isso ocorre porque a remuneração que o investidor consegue obter em ativos de renda fixa e até mesmo títulos públicos fica maior, tirando a atratividade dos FIIs, que passam a negociar com maior prêmio.
- Quais segmentos de FIIs são mais sensíveis ao aumento da taxa Selic?
Todo o mercado de FIIs é impactado pelo aumento da taxa Selic, mas o setor que acaba sofrendo mais é o dos fundos imobiliários de tijolo, pois os dividendos distribuídos acabam se tornando menos atrativos em comparação com outros ativos.
- Qual a diferença entre FIIs de tijolo e de papel?
Fundos de tijolo são os mais tradicionais e investem em imóveis físicos, auferindo a sua receita através do aluguel desses imóveis. Os fundos de papel ou recebíveis, por sua vez, fornecem crédito para o setor imobiliário, através de CRIs (certificados de recebíveis imobiliários), obtendo sua receita dos juros desses empréstimos feitos.
- Quais são as projeções para o setor de FIIs caso a Selic permaneça elevada ou haja cortes mais lentos do que o esperado?
O mercado de fundos imobiliários teve uma alta interessante nos meses de fevereiro e março, pois os preços atingiram níveis exageradamente baixos em janeiro. Ainda assim, as cotas seguem apresentando descontos interessantes e mesmo com um retardamento no corte da SELIC, os níveis podem se manter, apesar de ser esperado bastante oscilação no caminho.
- Com a Selic a 14,25% ao ano, há oportunidades em determinados segmentos ou estratégias dentro dos FIIs?
As oportunidades estão presentes em todas as fases do ciclo econômico. Com a Selic em 14,25% os fundos de recebíveis pós-fixados passam a distribuir rendimentos muito altos, sendo uma opção para aquele investidor que gosta de altos rendimentos. Por outro lado, temos fundos de tijolo com descontos muito grandes e carregos também acima da média, gerando oportunidade de ganho de capital.
- Como a relação entre inflação e juros influencia o desempenho dos FIIs?
Inflação, juros regem os ciclos econômicos e afetam o desempenho de todos os ativos financeiros, não sendo diferente para os FIIs. Um período prolongado de inflação elevada leva o Banco Central a elevar a taxa básica de juros para controla-la. A elevação da taxa de juros aumenta os rendimentos da renda fixa e faz com que os FIIs percam um pouco de atratividade. Por fim, um período de taxa de juros elevada controla a inflação e o banco central pode voltar a reduzi-la, trazendo de volta os investidores em busca de uma maior rentabilidade.
*Por Cezar Antonio Gonçalves Filho, especialista em fundos imobiliários na WIT Invest