O diabetes pode ser uma doença silenciosa, sobretudo, nos casos de tipo 1, sendo necessário realizar exames laboratoriais para identificá-lo. Por isso, é importante que todas as pessoas, inclusive as crianças, realizem consultas médicas de rotina.
O alerta é dado pela endocrinologista infantil Julia Fernandes, do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic+) Dr. Afrânio Soares.
“Com um exame simples de glicemia em jejum é possível diagnosticar diabetes. Nele a gente consegue observar se existe alguma alteração nos níveis de açúcar no sangue. Os pacientes que já tem uma tendência familiar para diabetes, tem que ficar mais atentos e fazer esses exames periodicamente para, caso houver alguma elevação, já possam ser feitos outros exames complementares que ajudem no diagnóstico de diabetes”, explicou a médica.
A doença acomete mais de 16 milhões de brasileiros, e coloca o Brasil no mapa dos cinco países com maior incidência no mundo. É o caso do idoso Sandro Francelino de Araújo, que descobriu o diabetes ao apresentar urina e sede excessivas. Hoje, o aposentado faz acompanhamento no Programa Pé Diabético, oferecido na Policlínica Codajás. O idoso conta que adotou diversos cuidados para o controle da doença.
“Tenho uma alimentação mais balanceada, faço exercício físico e tomo medicamento no horário certo. Faço o tratamento, também, no Pé Diabéticos, porque fiquei 58 dias internado para a amputação do dedão. Recebi alta do Hospital Geraldo da Rocha, depois fui para policlínica Zeno Lanzini, recebi encaminhamento, e agora faço tratamento no Pé Diabéticos”, relatou o paciente.
Tipos e Sintomas
O diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue usar o hormônio adequadamente no metabolismo da glicose. O déficit de metabolização da glicose causa altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia), caracterizando assim a doença.
O tipo 1 ocorre quando os anticorpos do sistema imunológico atacam as células que produzem insulina. Entre os principais sintomas estão: vontade excessiva de urinar; fome frequente; sede constante; perda de peso repentina;
A maior incidência é de tipo 2, que resulta da resistência à insulina e da deficiência de secreção. Os sintomas são: infecções frequentes; alteração visual; dificuldade de cicatrização de feridas; formigamento nos pés; e furúnculos.
Há ainda a diabetes gestacional que é a diminuição da tolerância à glicose e que pode ou não persistir após o parto. Outros tipos da doença podem estar relacionados a uso de medicamentos ou defeitos genéticos associados a outras doenças.
Tratamento
O tratamento inicial no Sistema único de Saúde (SUS) está disponível na Atenção Primária à Saúde, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Após o diagnóstico, o usuário com complicações da doença será encaminhado via Sistema Nacional de Regulação (Sisreg) para atenção especializada, seja para consulta com médicos especialistas ou acompanhamento multidisciplinar no Programa Pé Diabético, realizado em seis policlínicas.