Dormir bem é essencial, e para isso a temperatura do ambiente deve estar adequada uma vez que interfere diretamente na qualidade do sono. Um quarto muito quente ou frio pode causar despertares frequentes e dificultar o relaxamento do corpo. Apesar de ser um fator importante, a climatização ainda é pouco considerada na rotina de muitas pessoas.
Estudos confirmam essa relação. Segundo uma pesquisa publicada no Journal of Physiological Anthropology, a temperatura ambiente ideal para o sono está entre 16°C e 20°C. Temperaturas fora deste intervalo podem alterar os ciclos do sono, prejudicando as fases mais profundas, essenciais para a recuperação física e mental.
Patrick Galletti, engenheiro de climatização, destaca que a temperatura do ambiente é um fator muitas vezes subestimado, mas que pode ter consequências reais na saúde. “Nem sempre as pessoas percebem o impacto direto da temperatura no sono. O calor excessivo pode causar transpiração intensa, o que leva a um despertar mais frequente, enquanto o frio pode obrigar o corpo a gastar energia para se aquecer, interferindo no sono profundo. Criar um ambiente estável, com boa circulação de ar e umidade controlada, faz toda a diferença”, explica.
Como o calor e o frio interferem no sono
A iluminação e o ruído, quando combinados a condições térmicas inadequadas, podem intensificar o impacto sobre o sono. Ambientes quentes e claros dificultam o relaxamento do corpo, enquanto o frio extremo associado a ruídos constantes pode provocar micro despertares frequentes, comprometendo a recuperação e o descanso profundo.
“A temperatura corporal precisa ser estável para que o sono seja reparador. Uma climatização bem ajustada ajuda a evitar essas variações, mas é importante considerar também fatores como umidade do ar e circulação”, pontua Galletti.
O especialista chama atenção para o fato de que ambientes secos podem causar desconfortos respiratórios, enquanto alta umidade aumenta a sensação de calor, dificultando o sono.
Dicas práticas para um sono mais tranquilo
Quem usa ar-condicionado deve mantê-lo entre 18°C e 21°C, ajustando o fluxo de ar para evitar incômodos. Ventiladores são uma boa opção, desde que posicionados para favorecer a circulação sem causar vento direto.
É importante que durante o verão os equipamentos de ar condicionado não sejam submetidos a temperaturas muito baixas, pois isso pode provocar choques térmicos ao sair do ambiente e aumentar o consumo de energia de forma desnecessária. Manter uma temperatura moderada pode proporcionar conforto sem causar esses problemas.
“É interessante adaptar o uso desses aparelhos às suas necessidades. A escolha de equipamentos com funções específicas, como ajustes automáticos de temperatura e controle de umidade, pode potencializar o conforto durante o sono. Pequenas mudanças, como o uso de roupas de cama adequadas e a ventilação do ambiente, também fazem diferença”, aponta Galletti.
Tecnologia pode ajudar, mas não faz milagre
Hoje, os avanços em climatização incluem sistemas que integram purificação do ar com controle térmico, oferecendo benefícios adicionais para pessoas com alergias ou sensibilidade a poluentes. Equipamentos com ionizadores e filtragem hepa, por exemplo, podem reduzir a presença de poeira e microorganismos, criando um ambiente mais saudável para o descanso. Contudo, a acessibilidade a esses recursos ainda é limitada por questões de custo e disponibilidade.
“Investir em aparelhos mais completos pode ser vantajoso para quem busca não apenas conforto térmico, mas também um ambiente limpo e equilibrado. No entanto, boas práticas cotidianas, como manter o ambiente ventilado, são fundamentais para garantir o bem-estar. Ao integrar soluções tecnológicas com cuidados simples, é possível criar condições mais propícias para uma boa noite de sono”, finaliza Galletti.