A aromaterapia, uma prática terapêutica que utiliza óleos essenciais extraídos de plantas, tem ganhado cada vez mais destaque como um tratamento complementar no combate à fadiga física e mental. Esses óleos são difundidos no ambiente ou aplicados diretamente na pele (diluídos), e promovem alívio de sintomas relacionados ao cansaço e ao estresse. Estudos científicos recentes têm mostrado que os benefícios vão além da sensação de bem-estar, mas também atuam diretamente no sistema nervoso e na resposta do organismo ao esgotamento.
Para a aromaterapeuta fundadora da Harmonie Aromaterapia, Daiana Petry, o aumento do ritmo de vida moderno, associado a longas jornadas de trabalho e sobrecarga emocional, faz da fadiga uma queixa comum. “Segundo um estudo publicado no Journal of Alternative and Complementary Medicine (2018), a aromaterapia foi eficaz em reduzir níveis de cansaço mental e melhorar a qualidade de vida de participantes que sofriam de estresse ocupacional”. Outro estudo da Universidade de Shiraz, no Irã, verificou que o uso de óleos essenciais como lavanda e hortelã-pimenta reduziu significativamente a sensação de cansaço físico em atletas, além de promover maior clareza mental.
“Aromas naturais específicos são conhecidos por seus efeitos sobre a mente e o corpo. O óleo essencial de lavanda, por exemplo, é amplamente utilizado para relaxamento e indução do sono. Pesquisas indicam que o aroma da lavanda reduz os níveis de cortisol, hormônio relacionado ao estresse, ajudando a diminuir a sensação de fadiga mental. Já o óleo de hortelã-pimenta é frequentemente utilizado para aumentar a energia e melhorar a concentração”,reforça Daiana. Em um estudo da International Journal of Psychophysiology (2017), foi constatado que a exposição ao aroma de hortelã-pimenta melhorou significativamente o desempenho cognitivo e reduziu a sensação de cansaço mental em atividades que exigiam atenção prolongada.
Além desses, o óleo de alecrim tem sido destacado por suas propriedades estimulantes, melhorando a circulação sanguínea e combatendo a sensação de fadiga muscular após o exercício físico. “Em clínicas de fisioterapia, é comum o uso de óleos essenciais em massagens, combinando o efeito relaxante com a recuperação muscular”, completa a aromaterapeuta.
A personalização é outro ponto importante. Dependendo das necessidades individuais, é possível criar combinações de óleos essenciais que atuam de maneira sinérgica, maximizando os efeitos terapêuticos. Por exemplo, uma combinação de lavanda com bergamota pode ser usada para pessoas que sofrem de ansiedade e cansaço mental, enquanto uma mistura de hortelã-pimenta e limão siciliano é recomendada para aqueles que buscam mais energia física.
A popularidade da aromaterapia no tratamento da fadiga reflete o crescente interesse por alternativas naturais e menos invasivas, com uma base de evidências que apoia sua eficácia. Embora não substitua tratamentos médicos convencionais, seu uso como complemento terapêutico já se mostra promissor, proporcionando alívio de sintomas de maneira suave e acessível. Em um mundo onde o esgotamento é cada vez mais comum, a aromaterapia se destaca como uma prática simples e eficaz para melhorar a qualidade de vida e restaurar o equilíbrio entre corpo e mente.
Daiana, inclusive, reuniu grande parte de seus estudos em “Psicoaromaterapia: Um caminho para o autocuidado”, livro que funciona como um guia para quem quer mergulhar nesse universo. O livro ainda ensina a gerenciarmos a ansiedade, depressão e o estresse de forma natural.
O termo ‘Aromaterapia’ foi criado na década de 1920, por René-Maurice Gattefossé, permitiu que o estudo sobre os óleos essenciais se tornasse uma disciplina e que a sua aplicação terapêutica se tornasse uma terapia. O tratamento com Aromaterapia envolve uma consulta, na qual se realiza uma análise para identificar o histórico médico e o estilo de vida do paciente e, então, se prepara uma formulação personalizada de óleos para o tratamento.