Os ribeirinhos conhecem o fenômeno do repiquete. É quando o rio após a seca começa a encher e de um dia para o outro para e volta a secar, para depois voltar a encher.
A maior seca já registrada fez a paisagem dos rios amazônicos virarem quase desértica. Em alguns lugares na região rural de Manaus e no interior do Amazonas, comunidades inteiras ficaram isoladas. Dados da Defesa Civil do Amazonas indicam que o Rio Negro parou de descer ao atingir 12,11 metros, no dia 12 de outubro. No dia seguinte, 13 de outubro, o nível começou a subir lentamente.
Na quarta-feira (23), o rio parou de encher ao alcançar a marca de 12,50 metros. Na quinta-feira (24), o nível das águas se manteve estável nesse patamar. No dia seguinte, sexta-feira (25), o rio começou a retroceder, um fenômeno que os pesquisadores chamam de “repiquete”.
Na orla de Manaus, bancos de areia surgiram no meio do rio, forçando as embarcações a se afastarem cada vez mais do local onde costumavam atracar, próximo à via pública. Essa situação também impactou o escoamento da produção das empresas do Polo Industrial da capital, que tiveram que instalar um píer flutuante em Itacoatiara para facilitar o recebimento de insumos e o envio de mercadorias produzidas pela indústria.