Os alunos do doutorado do Programa Educacional VigiFronteiras-Brasil da Fundação Oswaldo Cruz participarão, de 9 a 13 de setembro, da disciplina em forma de workshop “Simulação de Saúde na Fronteira: Estudo de Caso sobre Malária”. A iniciativa será realizada no Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD)/Fiocruz Amazônia, em Manaus (AM). A abertura acontece no Auditório da Escola de Enfermagem da UFAM. As aulas serão ministradas por professores da Fiocruz em parceria com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, com quem a instituição já tem uma parceria consolidada de mais de 20 anos para o enfrentamento de diversos agravos.
O principal objetivo da disciplina é discutir os desafios específicos associados à malária na região amazônica do Brasil, em especial na tríplice fronteira Brasil, Peru e Colômbia, e promover o aprimoramento da prática de vigilância em saúde nas fronteiras.. É uma oportunidade para promover a integração e a interlocução entre profissionais de saúde dos países, essencial para desenvolver estratégias conjuntas e eficazes de controle da doença, considerando a alta mobilidade populacional e as condições socioeconômicas adversas únicas dessas áreas, que agravam o controle da malária. “A disciplina proporcionará um ambiente colaborativo onde os profissionais poderão trocar experiências, conhecimentos e melhores práticas, fortalecendo assim a resposta regional à malária e outras questões de saúde pública”, afirma Andréa Sobral, coordenadora acadêmica do Programa VigiFronteiras-Brasil.
“Sabemos que essa área apresenta inúmeros desafios e dificuldades no dia a dia. Essa disciplina em formato de workshop, com práticas em grupo, foi idealizada para oferecer e pôr em prática as ferramentas, os conhecimentos e trazer oportunidades de networking que os apoiarão nesse processo de análise de risco, visualização dos dados e tomada de decisões não apenas durante os cinco dias de aulas, mas também ao longo de suas carreiras”, detalhou Ana Carla Pecego, assessora técnica sênior do Escritório Regional do CDC América do Sul (SAM).
O simulado é uma parceria entre a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o CDC e a Fiocruz, que atua como organizadora, formuladora e facilitadora da formação dos alunos de doutorado. “A Fiocruz, sempre visionária e “à frente do seu tempo” nas necessidades do Brasil e da região, tem desempenhado um papel fundamental na capacitação desses profissionais. O CDC, através da Equipe de Saúde Global nas Fronteiras, por sua vez, tem um enorme orgulho de apoiar o Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz desde o início, participando de módulos e disciplinas, e agora consolidando essa colaboração com o apoio na concepção e realização deste workshop”, complementou Ana Carla.
A disciplina também envolve a participação das secretarias de Vigilância em Saúde e Ambiente do Brasil, da Colômbia e do Peru, e do Departamento de Saúde Global da Universidade de Washington. Articulada por meio de uma colaboração entre a coordenação do programa e instituições internacionais, as aulas combinarão uma estrutura que inclui palestras teóricas, estudos de caso, simulações por computador e discussões práticas. Exigirão a participação ativa dos alunos, incentivando o pensamento crítico e a aplicação prática dos conceitos em situações reais de controle da malária em regiões de fronteira. “Esperamos que os alunos adquiram tanto o conhecimento teórico quanto as habilidades necessárias para enfrentar os desafios únicos das regiões de fronteira. Queremos que essa experiência capacite-os a aplicarem o conhecimento adquirido em contextos reais, contribuindo para o controle da malária nas áreas de fronteira”, destaca Eduarda Cesse, coordenadora geral do Programa.
Participam dos cinco dias de atividades Eduarda Cesse e Andréa Sobral, coordenadora geral e coordenadora acadêmica do Programa, Evelyn Roldan, Dana Schneider e Sadie Ward, Ana Carla Pecego (CDC) e Fernanda Freistadt, da Universidade de Washington, além dos professores e pesquisadores Reinaldo Souza-Santos (PPGEPI/ENSP/Fiocruz), André Périssé (PPGSPMA/ENSP/Fiocruz), Zoraida Fernandez (Fiocruz Mato Grosso do Sul) e José Joaquim Carvajal (Fiocruz Amazônia).
Com a disciplina, espera-se que os participantes não só ampliem seu entendimento sobre os desafios das regiões de fronteira, mas também fortaleçam a resposta regional à malária e a outras emergências de saúde pública. A presença ativa do CDC e de outras instituições internacionais abre portas para futuras colaborações, aumentando o alcance e o impacto das iniciativas do Programa VigiFronteiras-Brasil/Fiocruz.