A InterNations, uma das maiores comunidades globais de expatriados, com mais de 5,1 milhões de membros, divulgou os resultados da sua pesquisa anual Expat Insider, que avalia o nível de satisfação em diversos aspectos da residência no exterior, incluindo qualidade de vida, facilidade de adaptação, oportunidades de trabalho, finanças pessoais, habitação e idioma. No índice de 2024, Valência, na Espanha, conquistou o primeiro lugar, seguida por Braga, em Portugal, e Mazatlán, no México. Mas, como escolher o país ideal para emigrar?
De acordo com Patricia Valentim, administradora de empresas com MBA em marketing e diretora executiva da CV Assessoria Internacional, empresa especializada em imigração, nacionalidade e negócios internacionais, decidir migrar é um passo que exige a análise cuidadosa de diversos fatores, capazes de impactar diretamente a qualidade de vida no novo país. “A escolha do destino ideal envolve desde questões práticas, como a obtenção de vistos, até aspectos culturais e sociais. É essencial avaliar criteriosamente todos esses aspectos ao decidir onde construir uma nova vida”, conta.
Nesse aspecto, o primeiro passo fundamental é a questão do visto, que determinará se é possível se estabelecer no país escolhido. Diferentes nações oferecem uma variedade de autorizações de residência, indo desde o Working Holiday Visa para jovens até vistos para nômades digitais, empreendedores e estudantes. Contar com uma consultoria especializada para isso pode ajudar a facilitar as burocracias que envolvem essa decisão.
Em seguida, é essencial analisar as oportunidades de trabalho, especialmente se há demanda pela profissão do imigrante no país de destino, como acontece em Portugal com setores de alta demanda, como tecnologia da informação. “Escolher o país para emigrar é uma decisão pessoal e multifacetada. Não existe uma resposta certa ou um país ideal para todos, pois tudo dependerá dos objetivos pessoais, profissionais e do que a pessoa valoriza em termos de qualidade de vida”, completa a especialista.
Para ela, a chave é alinhar as expectativas com a realidade do país de destino, avaliando cuidadosamente cada um dos fatores envolvidos. O custo de vida, por exemplo, que inclui despesas como moradia, alimentação e transporte, precisa ser analisado de perto. Portugal oferece um custo de vida acessível em comparação com outros países europeus, especialmente fora dos grandes centros urbanos. A barreira linguística também merece atenção, já que a falta de fluência no idioma local pode ser um desafio.
“Pode parecer secundário, mas o clima é outro aspecto relevante e que influencia diretamente na adaptação. Em Portugal, o clima mediterrâneo oferece invernos suaves e verões quentes, o que pode ser um atrativo adicional”, pontua Patricia. Além disso, a acessibilidade e a infraestrutura de transportes são fatores que devem ser considerados, especialmente para quem valoriza facilidade de deslocamento e proximidade com outros países europeus.
Por fim, a presença de uma comunidade brasileira no local de destino pode ser um suporte importante, facilitando a transição e proporcionando um senso de pertencimento. Ao mesmo tempo, é igualmente importante buscar integração com a cultura local para uma adaptação plena.