A artista visual amazonense, Monik Ventilari, apresenta neste mês de agosto, no Centro Cultural Palácio Rio Negro, Centro, sua coleção de obras de arte em acrílica sobre tela inspiradas no poema “Balada das 13 Casas”, do poeta amazonense Luiz Bacellar. Fruto de uma pesquisa da artista que também é historiadora, a coleção de arte faz parte do Projeto “13 Casas de Manaus – Coleção Bacellar-Ventilari” apoiado com recursos da Lei Paulo Gustavo, via Ministério da Cultura, Governo Federal com implementação estadual por meio do Conselho Estadual de Cultura do Amazonas (Conec), Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa, Governo do Amazonas.
O projeto “13 casas de Manaus – Coleção Bacellar-Ventilari” consiste na produção de uma coleção de pinturas que retratam as casas que foram a inspiração para o poema de Bacellar. O poema entre suas nuances fala das transformações arquitetônicas ocorridas ao longo tempo na cidade de Manaus. A proposta da coleção é mesclar a percepção do poeta com o da artista visual, retratando por meio da estética de Monik Ventilari as casas da rua Henrique Martins, no Centro de Manaus, local onde também o poeta morava e casas inspiradas em locais onde a artista visual morou.
Monik Ventilari explicou que sua motivação para se inspirar no poema “A balada das 13 casas” surgiu ao ouvir a declamação da obra em um evento. Ela percebeu que ele trazia à tona as transformações das casas de Manaus ao longo do tempo. “O poema refletia isso. O poema falava sobre as mudanças de tempo, e é uma temática que eu tenho: a mudança refletida em Manaus, na paisagem de Manaus. É uma poética de observação que eu tenho sobre as casas, as paisagens e os lugares, e que o Luiz Barcellar sintetizou e mostrou na sua poesia”, afirmou a artista.
Dentro de seu processo criativo, a artista realizou uma pesquisa territorial no Centro de Manaus e por meio de caminhadas pelas ruas e sessões fotográficas das casas com estilo arquitetônico retratados no poema de Bacellar, decidiu por produzir 20 pinturas, 13 casas e ainda uma vila com 7 casebres, mostrando casas geminadas em um mesmo contexto. As obras impressionam pelas cores e formas apresentadas em composições abstratas da paisagem urbana de Manaus.
O representante da artista e fundador da Manaus Amazônia Galeria, Carlysson Sena, destacou que a exposição é uma continuação de um trabalho de pesquisa muito sério da artista, que se inspira no olhar de quem anda pela cidade de Manaus. “A Monik tem um trabalho que é muito forte, no sentido de que ele tem uma pesquisa por traz desse trabalho. Existe também uma pesquisa estética, de como ela vai fazer essas composições de cores e de formas das casas, inspiradas no poema do Barcellar. Mas essa coleção, em especial, traz uma maturidade muito grande da técnica da Monik. E a questão da memória é muito presente, o que já se tornou parte da poética da artista, que é construir obras de arte que tenham fundamentação histórica e uma fundamentação na memória de quem vive e de quem mora na cidade de Manaus.”, explicou. A Manaus Amazônia Galeria de Arte assina a curadoria e a expografia da exposição.
Para Monik, esta coleção é uma forma de aproximar, por meio de sua arte, as pessoas que visitarão sua exposição da poesia de Bacellar. “Recebi um incentivo poético muito grande do mestre Tenório Teles, escritor amazonense que conviveu muito com Bacellar e que me apresentou o poema. A partir desta sugestão vislumbrei trazer o universo do poeta para minhas pinturas e paisagens abstratas. Estou muito feliz com o resultado desta produção e espero que o público consiga amar mais nossa cidade por meio de nossa arte e nossa poesia”, destacou Monik.
Luiz Bacellar nasceu em Manaus em 1928 e viveu até 2012 e é considerado um dos poetas mais expressivos da literatura amazonense, entre suas obras está a “Flauta de Barro”, que contém o poema Balada das 13 casas. “Assim que descobri onde o poeta Luiz Bacellar morava, me inspirei com essa paisagem urbana também refletida em seu poema. As minhas obras desta exposição falam também destas mudanças que, ao longo do tempo, a paisagem urbana de Manaus sofreu, as casas e os bairros onde morei. É um resgate tanto da memória sobre a cidade quanto de onde formamos nossa trajetória de vida e cotidiano”, contou Monik.
A artista visual Monik Ventilari ao longo da sua carreira de 17 anos nas artes visuais vem mostrando uma Amazônia moderna, urbana, geométrica e abstrata por meio de seus trabalhos que são um resgate memorial. Sua primeira coleção inspirada em obras de grandes nomes amazonenses foi a Coleção Abstrata Porto-Ventilari, inspirada na obra arquitetônica do Estádio Vivaldo Lima assinada pelo arquiteto da Amazônia, Severiano Mário Porto.
SOBRE A EXPOSIÇÃO:
LOCAL: Centro Cultural Palácio Rio Negro – Rua Sete de Setembro – Centro
HORA: 19h (a definir)
DATA DE ABERTURA: 28 de agosto de 2024 – quarta-feira
ACESSIBILIDADE: para pessoas com deficiência visual, por meio de conteúdo no sistema Braille