“Perdão à minha família, meus amigos e a dele também”, disse o jogador de vôlei Vinicius Heiringer dos Santos, 23, preso suspeito de assassinar o biomédico Arthur Fagner da Silva, de 33, no último dia 19, após saírem de uma casa noturna, no bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus.
Vinicius se pronunciou após sair da sede da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), no bairro Jorge Teixeira, zona Leste de Manaus, para a audiência de custódia. “Eu só tive participação (no crime), não fui eu (que matei)”, finalizou o jogador de vôlei ao entrar no camburão da viatura.
Conforme as investigações da DEHS, o caso se trata de um latrocínio e foi premeditado por Vinicius, principal suspeito e investiga se de fato, houve outras pessoas envolvidas no crime, que tinha como objetivo o dinheiro do biomédico.
“A intenção era transferir o dinheiro da conta dessa vítima para a conta dele (Vinicius). Ele disse em depoimento que não conseguiu transferir estes valores, porque a vítima estava morta e ele não conseguiu desbloquear o celular. O relacionamento dele era por interesse no dinheiro do biomédico, tanto que os amigos relatam pedidos de PIX constantes do Vinicius para a vítima”, acrescentou a delegada Marília Campello, adjunta da DEHS.
O crime
A vítima e o suspeito chegaram na casa noturna no fim da tarde, onde encontraram com o grupo de amigos de Arthur, totalizando umas nove pessoas. Vinicius era a única pessoa ‘de fora’ e estava tendo um relacionamento há um mês com o biomédico.
Conforme o delegado titular da Delegacia de Homicídios, Ricardo Cunha, esse fato chamou atenção, além de que, do grupo, somente Vinicius não consumiu bebidas alcoólicas até às 4h da manhã do dia seguinte.
“Isso deixa claro que o crime foi premeditado, porque, geralmente, o Vinicius consumia bebidas alcoólicas em casas noturnas. O inquérito está há apenas quatro dias na Delegacia de Homicídios e já conseguimos prender o principal suspeito deste crime”, disse o delegado.
Na saída, o grupo de amigos foi para um lanche enquanto Vinicius e Arthur se dirigiram para outra direção. Neste momento, os amigos alertaram o Vinicius de que ele seria responsável pelo biomédico, já que estava sóbrio e respondeu que eles poderiam ficar tranquilos.
“Mesmo ele sabendo que os amigos viram ele sair com a vítima, ele desvia o caminho para a estrada da Praia Dourada e comete esse delito. Depois, ele fica com a moto da vítima, entrega para a polícia, acompanhado do advogado após pressão dos amigos e diz que eles tinham brigado no caminho e deixou ele sozinho no Tarumã. Mas tudo não passou de uma mentira para tentar enganar as investigações”, afirmou a delegada Campello.
Perfil violento
Ainda confirme a delegada adjunta da DEHS, Vinicius Heiringer, possui passagens pela polícia por violência doméstica contra a ex-mulher, perseguição, stalker, lesão corporal e que, inclusive, amigos de Vinicius relataram que ele é realmente uma pessoa extremamente violenta.
“Ele inclusive, diz no interrogatório dele, que ele passou a agredir muito a vítima (o biomédico) antes dela morrer, o que dificultou na sua identificação, enfim uma pessoa realmente de índole violenta, agressivo mesmo”, finalizou a delegada.
*Por Jornal A Crítica