Nas últimas semanas, a queda nas temperaturas deixou o cenário propício para os problemas respiratórios e a maior propagação de vírus. De acordo com o Boletim InfoGripe da Fiocruz, as internações sofreram uma alta no período, com maior prevalência dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), especialmente por influenza A (gripe) e vírus sincicial respiratório (VSR). E a dúvida que fica entre muitos pacientes agora é: devo cuidar da saúde em casa ou recorrer aos tratamentos e pronto-socorros para reverter o quadro agudo?
Segundo o Dr Alexandre Calandrini, Coordenador e Médico de Família do time de Saúde na Sami, a revolução dos planos de saúde, a prevenção e o cuidado com o sistema imunológico são as grandes chaves para evitar quadros agudos e intensos associados aos vírus respiratórios. Apesar disso, em casos em que a doença tome conta do sistema imunológico do paciente, é preciso ter atenção e pensar racionalmente na busca por atendimento presencial. “Ainda que o paciente já esteja doente, optar logo no primeiro momento por um atendimento presencial em hospital pode significar expor-se ainda mais aos vírus, em um período que o sistema imunológico já está fragilizado e mais propenso a ter complicações. Além disso, também significa expor outras pessoas à doença. Por isso, o primeiro passo é compreender qual estágio a pessoa está, para assim ser definido o acompanhamento ideal”, explica o médico de família.
Telemedicina é aliada para as gripes e resfriados mais comuns
A telemedicina tem sido uma grande aliada nos períodos de outono e inverno, quando os hospitais apresentam alta nas internações. Atuando como uma espécie de triagem de casos, as consultas remotas podem auxiliar na conduta ideal e na identificação da gravidade dos pacientes. É sempre importante identificar e relatar em detalhes o que está sendo sentido e, principalmente, o início e a duração dos sintomas.
Para garantir que o médico compreenda o estado de saúde, destaque a existência ou o nível em casos de:
- Febre alta, acima de 38 °C;
- Sensação exagerada de cansaço;
- Perda de apetite e do paladar;
- Dor de cabeça;
- Garganta inflamada;
- Tosse e espirros;
- Coriza;
- Dores musculares;
- Calafrios.
E quando recorrer ao atendimento presencial?
Se os sintomas estiverem leves, a recomendação é tratar diretamente em casa, com auxílio de consultas online, quando necessárias. Mas, é fundamental estar atento aos sinais e em contato com profissionais de saúde para indicarem o momento certo da mudança de conduta para o atendimento presencial.
Portanto, se houver agravamento ou sintomas listados abaixo, entre em contato com o seu médico e procure um atendimento imediato:
- Febre acima de 39 °C que não cede com antitérmicos em até 48 horas ou se vier acompanhada de outros sintomas, como vômito, tosse, dor de cabeça forte ou sensação de desmaio;
- Arritmia cardíaca;
- Falta de ar;
- Perda súbita de sentidos (consciência, visão, audição) ou de força;
O melhor remédio é prevenir
Para o especialista da Sami, este cenário é muito comum todos os anos, mas o ideal é atuar na prevenção. “A detecção precoce de casos e o isolamento de indivíduos infectados são fundamentais para evitar a propagação de vírus. Nesse sentido, a Atenção Primária à Saúde desempenha um papel vital, contribuindo para a redução da incidência e da gravidade das infecções respiratórias. A implementação de medidas preventivas robustas e a ampliação do acesso aos serviços de saúde primários são essenciais para mitigar os impactos dessas doenças. O fortalecimento da APS pode, portanto, não apenas diminuir a pressão sobre os hospitais, mas também salvar vidas ao prevenir complicações graves e reduzir a mortalidade associada a essas infecções”, explica.
Algumas ações que a prevenção engloba, visando evitar a ocorrência de doenças e suas complicações:
- Vacinação, especialmente em grupos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas imunossuprimidas;
- Higienização das mãos constante;
- Cobrir a boca ao tossir ou espirrar;
- Uso de máscaras descartáveis;
- Manter os ambientes limpos e bem ventilados;