A cultura amazônica é uma rica fonte do imaginário popular através de contos e lendas que são transmitidos de geração a geração. Pensando nisso, a artista parintinense Aline Ramos criou o projeto “TEAR- TEÇUME, ESCRIVIVÊNCIA, ANCESTRALIDADE E RESISTÊNCIA”, com o objetivo de construir peças artísticas destacando a influência dos povos indígenas e afro-amazônicos.
O projeto tem incentivo da Lei Paulo Gustavo, por meio do Governo Federal, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC).
Ao todo, serão construídas 30 telas. Sendo elas sobre grafismo indígena, vestimenta de Caboclos, traços afro-brasileiros, povo de rua e o povo d’água.
De acordo com Aline, o projeto surgiu como uma ideia de trazer a essência da arte antológica, enaltecendo as raízes da ancestralidade indígena.
“O projeto traz em sua essência a arte antológica, enaltecendo as raízes da ancestralidade, criatividade entrelaçada com a vivência e experiência da mulher proponente do projeto e do aspecto cultural ao qual pertence.
Gerando inclusão, valorização e exposição do artesanato expressado em forma de arte do diálogo com o imaginário caboclo e a riqueza dos traços afro-brasileiros”, disse.
Além disso, os trabalhos artísticos também destacam o empoderamento feminino na Amazônia.
“Este projeto visa resgatar ancestralidade e história dos povos indígenas, caboclos e afro-brasileiros, transmitindo assim através do teçume a riqueza das características dessa miscigenação. O artesanato passa a ser um protagonista nessa nova revolução econômica-social, ganhando força e sendo um motor da emancipação financeira da mulher amazônica”, conclui.
Acessibilidade
Trazendo para a cultura local, as características de adaptação das peças voltadas para as pessoas com deficiência visual, através das cores das contas e formatos, transmitindo assim, informações para o público alvo. Cada peça e textura carrega uma significância e representatividade afroamazônica.
Exposição
Nos dias 8 e 9 de abril, o projeto “TEAR- TEÇUME, ESCRIVIVÊNCIA, ANCESTRALIDADE E RESISTÊNCIA” ficará em exposição na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) Campus Parintins, a partir das 18h.
Vale ressaltar que teçume é o nome de uma técnica de trançados de origem indígena, esta forma de artesanato tradicional da região, é passada de geração em geração e tem raízes na matriz indígena de etnia Mura.
Enquanto isso, o termo “escrevivência”, segundo Conceição Evaristo, traz a junção das palavras “escrever e vivência”
Foto: Divulgação