A indústria do tabaco no Brasil desempenha um papel importante tanto no mercado interno quanto no cenário internacional de charutos. Além de ser fonte de emprego e renda para muitas comunidades, o tabaco brasileiro é reconhecido por sua qualidade e sabor distintos, tornando-se uma matéria-prima altamente valorizada na produção de charutos de excelência.
A sua produção está centralizada no Recôncavo Bahiano, onde cerca de 3 mil empregos diretos são gerados apenas no município de Cruz das Almas, o principal produtor da região. “A qualidade dessas folhas de tabaco já é altamente reconhecida pelo mercado internacional”, destaca a cigar sommelière Carolina Macedo.
A especialista explica que a Bahia exporta aproximadamente 97% de sua produção de folhas de tabaco, principalmente para destinos como China, Holanda e Alemanha. No ano passado, só esse estado brasileiro produziu cerca de 7 milhões de toneladas, em uma área de 5,8 mil hectares.
“Com exceção do mercado cubano, que não aceita folhas de outros países em seus charutos, as folhas de tabaco brasileiro são altamente valorizadas e frequentemente utilizadas em blends de charutos de alta qualidade produzidos em regiões do Caribe, como República Dominicana, Nicarágua e Honduras”, conta Carolina.
Diversas marcas renomadas, como Macanudo, Gurkha e A. J. Fernandez, incorporam folhas brasileiras em seus blends, contribuindo para uma gama diversificada e de alta qualidade de charutos disponíveis no mercado internacional. Muitos inclusive usam essas folhas como capas, que são as folhas mais valiosas do mercado.
A cigar somelière explica que algumas das variedades de folhas de destaque na produção nacional incluem a Mata Norte, Mata Fina e Arapiraca, cada uma contribuindo com características únicas para os blends de charutos. “Empresas como Dannemann utilizam uma combinação de folhas Mata Fina e Sumatra em seus charutos”, diz.