O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.
Nesta semana, entre quinta-feira (04) e sábado (06), a Osesp convida o regente alemão Alexander Liebreich e o pianista inglês Paul Lewis para um programa que reúne Imagen-tiempo, de Eva García Fernández, uma das vencedoras do Concurso Compositoras Latino-Americanas da Osesp, realizado em fevereiro; o Concerto para piano nº 27, de Wolfgang Amadeus Mozart; e a Sinfonia nº 9 – “A Grande”, de Franz Schubert. A apresentação de sexta (06) será transmitida ao vivo, às 20h30, no YouTube da Osesp.
E, no domingo (07), Lewis realiza o segundo dos quatro recitais que fará na Sala São Paulo neste ano, parte do Festival Schubert, um dos eixos temáticos da Temporada 2024. Neste programa estão as Sonatas de números 4, 9 e 18 do austríaco Franz Schubert (os próximos recitais com Lewis acontecem nos dias 13 e 20/out).
Sobre o programa
Imagen-tiempo foi a obra que sagrou Eva García Fernández (1984-) uma das campeãs do Concurso Compositoras Latino-Americanas da Osesp, realizado em fevereiro deste ano. Na peça, ela invoca o conceito de imagem-tempo do filósofo francês Gilles Deleuze para fazer uma correlação com a percepção contemporânea do tempo a partir do scrolling, isto é, do ato de “rolar” o conteúdo das redes sociais na tela dos celulares e tablets.
O Concerto para piano nº 27 de Mozart (1756-1791) foi o último desta série magistral, além de ter sido tocado na última apresentação pública do compositor, em 4 de março de 1791 — ele morreria em dezembro do mesmo ano, após adoecer meses antes. De orquestração modesta, sem trompetes nem tímpanos, o que realça o caráter intimista da música, este concerto para piano e orquestra por vezes soa como música de câmara.
A Sinfonia nº 9 de Franz Schubert (1797-1828) ficou esquecida por muito tempo até ser redescoberta por Schumann e ressuscitada por Mendelssohn, ambos fervorosos admiradores do colega vienense, uma década após sua morte — Schubert jamais chegou a ouvi-la. Chamada de “A Grande”, essa sinfonia carrega a marca de seu compositor, que soube como poucos canalizar suas influências (Mozart, Haydn, Beethoven) em uma voz original e potente.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp é um dos grupos sinfônicos mais expressivos da América Latina. Com 13 turnês internacionais e quatro turnês nacionais realizadas, mais de uma centena de álbuns gravados e uma média de 120 apresentações por temporada, a Osesp vem alterando a paisagem musical do país e pavimentando uma sólida trajetória dentro e fora do Brasil, obtendo o reconhecimento de revistas especializadas como Gramophone e Diapason, e relevantes prêmios, como o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Clássica de 2007.
A Orquestra se destacou ao participar de três dos mais importantes festivais de verão europeus, em 2016, ao se tornar a primeira orquestra profissional latino-americana a se apresentar em turnê pela China, em 2019, e ao estrear em 2022, no Carnegie Hall, em Nova York, apresentando um concerto na série oficial de assinatura da casa e o elogiado espetáculo Floresta Villa-Lobos. Desde 2020, Thierry Fischer ocupa os cargos de Diretor Musical e Regente Titular, antes ocupados por Marin Alsop (2012-19), Yan Pascal Tortelier (2010-11), John Neschling (1997-2009), Eleazar de Carvalho (1973-96), Bruno Roccella (1963-67) e Souza Lima (1953).
Mais que uma orquestra, a Osesp é também uma iniciativa cultural original e tentacular que abrange diversos corpos artísticos e projetos sociais e de formação, como os Coros Sinfônico, Juvenil e Infantil, a Academia de Música, o Selo Digital, a Editora da Osesp e o Descubra a Orquestra. Fundada oficialmente em 1954, a Orquestra passou por radical reestruturação entre 1997 e 1999 e, desde 2005, é gerida pela Fundação Osesp.
Alexander Liebreich
Diretor musical da Orquestra de Valência e consultor artístico do Palau de la Musica em Valencia, é presidente da Richard-Strauss-Gesellschaft e diretor artístico do Festival Richard Strauss. Foi maestro titular e diretor artístico da Sinfônica da Rádio de Praga [2018-22], da Sinfônica Nacional da Rádio Polonesa [2012-19] e da Orquestra de Câmara de Munique [2006-16]. Liebreich é regente convidado de prestigiadas orquestras, como a Orquestra Real do Concertgebouw, as Filarmônicas de Munique, Dresden e Luxemburgo, a Tonhalle de Zurique e as Sinfônicas da BBC, da Rádio de Berlim, da Rádio Bávara, de São Petersburgo e a própria Osesp. Sua ampla discografia inclui desde obras de Bach, Mozart e Mendelssohn a Isang Yun e Toshio Hosokawa. Em colaboração com a Orquestra Nacional da Rádio Polonesa e o selo Accentus Music, recebeu o Prêmio Internacional de Música Clássica – ICMA – de 2017; com a Orquestra de Câmara de Munique, seu lançamento na ECM Classics do Réquiem de Tigran Mansurian, com o RIAS Kammerchor, recebeu esse mesmo prêmio em 2018 e ainda uma indicação ao Grammy. Em outubro de 2016, o maestro alemão recebeu Prêmio Cultural do Ministério da Educação, Cultura, Ciência e Arte da Baviera.
Paul Lewis
Internacionalmente reconhecido como um dos principais músicos de sua geração, seus inúmeros prêmios incluem o Instrumentista do Ano da Royal Philharmonic Society, dois Edison, três Gramophone, o Diapason D’or, além dos prêmios da Academia Musical Chigiana e do Southbank Centre. Em 2016, foi agraciado com a Ordem do Império Britânico. Possui doutorados honorários das Universidades de Southampton e Edge Hill. Lewis se apresenta regularmente como solista com as maiores orquestras do mundo e é convidado frequente nos festivais internacionais mais prestigiados, incluindo Lucerna, Mostly Mozart (Nova York), Tanglewood, Schubertiade, Salzburgo, Edimburgo e o BBC Proms de Londres, onde em 2010 se tornou o primeiro pianista a interpretar um ciclo completo dos concertos para piano de Beethoven em uma única temporada. Sua carreira de recitais o leva a locais como Royal Festival Hall em Londres, Alice Tully e Carnegie Hall em Nova York, Musikverein e Konzerthaus em Viena, Théâtre des Champs Elysées em Paris, Concertgebouw em Amsterdã, Konzerthaus e Filarmônica de Berlim, Tonhalle em Zurique, Palau de la Musica Catalana em Barcelona, Symphony Hall em Chicago, Oji Hall em Tóquio e o Recital Centre em Melbourne.
PROGRAMA
GRANDES OBRAS DE SCHUBERT E MOZART
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ALEXANDER LIEBREICH REGENTE
PAUL LEWIS PIANO
Eva García FERNÁNDEZ | Imagen-tiempo
Wolfgang Amadeus MOZART | Concerto para piano nº 27 em Si bemol maior, KV 595
Franz SCHUBERT | Sinfonia nº 9 em Dó maior, D. 944 – A Grande
FESTIVAL SCHUBERT COM PAUL LEWIS
PAUL LEWIS PIANO
Franz SCHUBERT
Sonata nº 4 em lá menor, D. 537
Sonata nº 9 em Si maior, D. 575
Sonata nº 18 em Sol maior, D. 894
SERVIÇO
04 de abril, quinta-feira, às 20h30
05 de abril, sexta-feira, às 20h30 (Concerto Digital)
06 de abril, sábado, às 16h30
07 de abril, domingo, às 18h00 [Paul Lewis]
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 271,00 [Osesp] e entre R$ 39,60 e R$ 132,00 [Paul Lewis]
Bilheteria (INTI): neste link
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos