O dia 21 de março é dedicado a ampliar a consciência global sobre a trissomia do cromossomo 21 (T21), também conhecida como Síndrome de Down. O objetivo é tratar especialmente dos desafios para vencer preconceitos e proporcionar as mesmas oportunidades para todos.
Segundo Patrícia Stankowich, psicanalista, psicóloga e especialista na clínica de crianças com comprometimentos no desenvolvimento e deficiência, as pessoas com T21 estão cada vez mais ativas na sociedade. “Elas estão trabalhando, estudando, casando, etc. e a inclusão no mercado de trabalho é algo fundamental para construirmos uma sociedade mais justa e diversificada”, analisa.
De acordo com Patrícia, pessoas atípicas ou com deficiência têm muito a contribuir, e é essencial que tenham oportunidades iguais de emprego e crescimento profissional. “Promover a inclusão no ambiente de trabalho não apenas enriquece as equipes com diferentes perspectivas e habilidades, mas também fortalece a comunidade como um todo”, afirma.
Entretanto, o primeiro desafio relacionado à inserção de pessoas com T21 no mercado de trabalho começa em casa. “É preciso que a própria família acredite no potencial ilimitado da criança com T21. É muito importante lembrar que cada ser humano é único, com seus próprios talentos e potenciais. E, com todo o amor, apoio e oportunidades proporcionadas, ele tem o poder de alcançar o que desejar, superando expectativas em relação ao seu futuro profissional, independentemente de sua deficiência”, diz.
Para preparar e auxiliar uma criança com T21 na jornada de inserção no mercado de trabalho, é importante conhecer suas habilidades, buscar informações e recursos de capacitação, e incentivar a confiança e a autonomia desde cedo. “Cada sessão de terapia, cada esforço em promover a inclusão e cada oportunidade de aprendizado são peças essenciais no quebra-cabeça da autonomia e independência deles. E é emocionante ver como esses esforços se traduzem em conquistas tangíveis e gratificantes”, conta Patrícia.
A especialista desenvolveu, inclusive, uma metodologia para ajudar as famílias a reconhecerem sua dor e seus desafios, para que possam ajudar os portadores de T21 a se tornarem autores de suas próprias histórias. “Precisamos entender que, com o incentivo certo, eles podem caminhar pela vida reconhecendo quais são os seus projetos e os realizando”, finaliza.