Israel diz que Lula do Brasil ‘cruzou a linha vermelha’ com analogia ‘anti-semita’ de Hitler
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, acusou no domingo Israel de perpetrar um “genocídio” contra civis palestinos em Gaza, comparando a guerra do Estado judeu contra o Hamas ao Holocausto nazista.
Lula compara Israel aos nazistas, guerra de Gaza ao Holocausto. Lula fez essas declarações em entrevista a jornalistas no hotel onde estava hospedado em Addis Abeba, na Etiópia.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, comparou a guerra de Israel contra o Hamas a Adolf Hitler e ao extermínio de judeus pelos nazistas no Holocausto no domingo, informou a mídia brasileira.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico”, afirmou o presidente.
“Na verdade, existia quando Hitler decidiu matar os judeus.” O ataque de 7 de outubro do Hamas, que matou mais de 1.200 pessoas, foi relatado como o “dia mais mortal para os judeus desde o Holocausto”, conforme descrito pelo presidente dos EUA, Joe Biden, dias após o ataque e também por inúmeras autoridades israelenses e mídias sociais judaicas. Usuários.
O presidente afirmou que as mortes em Gaza são um “massacre” e um “genocídio”, segundo relatórios que o citaram.
Lula fez essas declarações em entrevista a jornalistas no hotel onde estava hospedado em Addis Abeba, na Etiópia. O presidente esteve anteriormente no Cairo, onde se encontrou com o seu homólogo egípcio Abdel Fattah el-Sisi. O jornal diário brasileiro Folha de S.Paulo noticiou que a guerra em Gaza foi o tema principal da viagem de cinco dias de Lula ao exterior.
Lula já havia criticado Israel pela sua “resposta desproporcional” após o ataque do Hamas e disse que o Conselho de Segurança da ONU “não pode fazer nada na guerra entre Israel e [o Hamas] na Faixa de Gaza. através da imprensa, mas parece-me que Israel tem a primazia de não cumprir qualquer decisão tomada pela liderança das Nações Unidas.”
No sábado, Lula teve uma reunião bilateral com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh , que disse anteriormente no dia seguinte que a Rússia planeja sediar conversações de unidade entre todas as facções palestinas em Moscou na segunda-feira seguinte – o que inclui o Hamas. Shtayyeh também disse que “não se deve continuar focando no 7 de outubro”, ao denunciar as ações do Hamas naquele dia.
Enviado brasileiro pediu repreensão por comentários de Lula serem criticados
O ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, chamou de volta o embaixador brasileiro em Israel para uma reprimenda após as declarações de Lula, dizendo: “As palavras do presidente brasileiro são vergonhosas e sérias. Ninguém prejudicará o direito de Israel de se defender.”
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu decidiu com Katz chamar de volta o embaixador brasileiro, dizendo: “Trata-se de banalizar o Holocausto e tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa, e fá-lo ao mesmo tempo que defende o direito internacional.”
O presidente israelense, Isaac Herzog, disse: “Os soldados israelenses estão lutando contra uma organização terrorista cruel que tem como objetivo declarado a aniquilação do Estado judeu e defende a supressão de outras religiões e comunidades, como a comunidade LGBT, e continua brutalmente a manter 134 bebês. mulheres e homens reféns nas masmorras de Gaza. E, no entanto, ainda há líderes que acusam atrozmente o Estado-nação do povo judeu da maldade dos feitos de Hitler.
“Condeno totalmente tais acusações e a distorção imoral da história”, continuou ele. “E apelo a todos os líderes mundiais para que se juntem a mim na condenação inequívoca de tais ações.”
O ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse: “Acusar Israel de perpetrar um Holocausto é ultrajante e abominável. O Brasil está ao lado de Israel há anos.” Gallant mais tarde acusou o presidente Lula de apoiar o Hamas – descrevendo-o como “uma organização terrorista genocida”. O ministro disse ainda que Lula “traz muita vergonha ao seu povo e viola os valores do mundo livre”.
Unidade Nacional MK Gideon Sa’ar postou no X dizendo que “o presidente argentino Javier Milei será lembrado como um verdadeiro homem e um verdadeiro amigo do povo judeu e do Estado de Israel. O presidente Lula do Brasil será lembrado como alguém que estava associado com maldade e mentiras e foi um participante ativo em uma conspiração de sangue anti-semita contra Israel.”
A Confederação Israelita Brasileira, organização central da comunidade judaica brasileira, emitiu um comunicado sobre os comentários de Lula, dizendo que sua alusão é uma “distorção perversa da realidade” que “ofende a memória das vítimas do Holocausto e seus descendentes”, CNN Brasil citou a organização dizendo.
A organização também disse que “Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa apenas por serem judeus. Israel está agora se defendendo contra um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, cometeu estupros em massa, queimou pessoas vivas, e defende a sua carta fundadora, que inclui a eliminação do Estado judeu.”
O presidente do Centro de Memória do Holocausto Yad Vashem, Danny Dayan, disse que “as palavras vergonhosas de Lula são” uma combinação ultrajante de ódio e ignorância. De acordo com a definição funcional de antissemitismo da IHRA (uma organização da qual o próprio Brasil espera se tornar membro), esta é uma declaração antissemita clara. Uma comparação entre um país que luta contra uma organização terrorista, que massacrou indiscriminadamente mais de 1.200 dos seus cidadãos, com as acções dos nazis que exterminaram 6 milhões de judeus merece toda a condenação. É triste que o líder de um país desça a um ponto tão baixo de extrema distorção do Holocausto ”.
*Por i24NEWS e The Jerusalem Post- tradução responsável Milena di Castro