O Banco de Perfis Genéticos do Amazonas, gerenciado pelo Instituto de Criminalística (IC), possui material genético de 887 cadáveres ainda não identificados cadastrados. Mas de acordo com a gestora do Banco, Daniela Koshikene, desde a criação, em 2011, apenas 315 familiares de pessoas desaparecidas foram à unidade para coletar amostras para a realização do confronto pericial. De acordo com a perita, o aumento de cadastro poderá ajudar na identificação dos perfis catalogados.
A perita criminal Daniela Koshikene explica que quanto mais perfis genéticos estiverem nos bancos, que é interligado a uma rede nacional, mais célere pode ocorrer a identificação. Mas a perita ressalta que para que isso ocorra, é necessário que uma pessoa que esteja com um familiar desaparecido compareça ao laboratório de Genética Forense, onde seu material será coletado e inserido no Banco.
Os dados inseridos no Banco de Perfis Genéticos, coordenado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM), permite a identificação, por meio do confronto de material genético. O sistema é operado por meio do Laboratório de Genética Forense, da SSP-AM, e todas as informações estão incorporadas ao Banco Nacional de Perfis Genéticos.
O compartilhamento de informações com outros estados, através do Banco Nacional, permite que materiais genéticos coletados fora do Amazonas também sejam confrontados para a identificação. Ao todo, o Estado tem amostras armazenadas de 315 familiares de pessoas que desapareceram desde a criação do banco de dados pelo Amazonas, em 2011.
Procedimentos
Os familiares de desaparecidos no Amazonas devem comparecer inicialmente à Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (Deops), ou à unidade policial mais próxima para registrar o Boletim de Ocorrência (BO).
Após os procedimentos, eles irão receber uma solicitação de perícia para a identificação de pessoas desaparecidas. Em seguida, devem comparecer ao Laboratório de Genética Forense para coletar o material que será utilizado durante o procedimento de buscas.
A gerente do Laboratório de Genética Forense, perita criminal Daniela Koshikene, explica que a identificação pode ser realizada de duas formas. A recomendação é que o material de mais de um familiar seja colhido para os procedimentos de confronto com registros de pessoas mortas que constam no banco de dados.
“A identificação pode ser feita confrontando material genético de familiares com um corpo específico que exista alguma suspeita que pode ser a pessoa desaparecida, mas também pode ser feita por meio de busca no Banco de Perfis Genéticos do Estado do Amazonas”, destaca Koshikene.
Ainda conforme a perita criminal, a busca também pode ocorrer em análises a partir de dados inseridos no banco nacional de perfis genéticos, confrontando o material coletado dos familiares.
Integração
O banco estadual faz parte da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, resultado de iniciativa conjunta do Ministério da Justiça e Segurança Pública e das Secretarias de Segurança Pública Estaduais, que tem por objetivo propiciar o intercâmbio de perfis genéticos.
FOTOS: Erickson Andrade/SSP-AM