O mercado imobiliário – que é significativo na economia brasileira (e mundial) – sempre gera expectativa na virada do ano. Fazendo uma breve análise do setor em 2023, o número de imóveis comercializados foi 22% maior quando comparado com o ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado pelo programa do Governo “Minha Casa, Minha Vida”, com crescimento de mais de 46% no valor de vendas.
Já em relação ao mercado de médio e alto padrão, Rafael Forato, arquiteto da GrowT – startup focada em construção e projetos, os resultados também foram positivos, com vasto interesse de compradores em investir em imóveis para valorização futura. “O mercado imobiliário deve se manter nos mesmos parâmetros de 2023, com um leve aumento, e o crescimento será de forma sustentável. Haverá uma continuidade de fortes investimentos nos programas habitacionais, a fim de cobrir o déficit de moradia, que ainda é alto”, explica ele.
Espaços integrados e inteligentes são tendência
Ainda de acordo com o especialista, os projetos para esse ano deverão ser voltados cada vez mais em melhorias funcionais com espaços cada vez mais integrados e inteligentes.
“A modalidade de retrofit de edificações e alteração de usos será cada vez mais levado em conta nas análises de viabilidade. Vemos um movimento forte de compra de ativos por gestoras de fundos, buscando a possibilidade da troca de uso em edificações de comercial para residencial ou até hotelaria”, comenta o arquiteto.
Estímulos do governo
Além da ampliação do “Minha Casa, Minha Vida”, alguns estímulos governamentais podem ajudar a alavancar o mercado, como a aprovação de um orçamento de R$ 117 bilhões para que o FGTS financie moradias para famílias de baixa renda.
Além disso, Forato acredita que programas como o Desenrola, que ajuda os brasileiros a sair do endividamento, também façam a diferença
O que esperar para 2024?
A expectativa é de alta, principalmente pela continuidade de investimentos nos programas habitacionais. “O MCMV continuará sendo um impulsionador nos resultados do setor. O mercado imobiliário vem mostrando resiliência aos diversos desafios enfrentados nos últimos anos, como a alta taxa do financiamento habitacional”, explica Forato. Outro fator que ajudará na melhoria, na visão do especialista, é a continuidade da redução da taxa Selic – taxa básica de juros da economia brasileira – que será protagonista no processo econômico e na geração de empregos.
Vale lembrar que, na última reunião de 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, baixou a Selic a 11,75%, além de sinalizar mais cortes iguais nos próximos encontros, aumentando ainda mais as expectativas. A taxa tem grande impacto nos investimentos de maneira geral e não é diferente no mercado imobiliário, já que essa redução facilita os financiamentos habitacionais, tornando-os mais acessíveis e incentivando a demanda por imóveis”, finaliza Forato.
Com esse cenário, os brasileiros desejam apostar mais na compra de imóveis. Segundo a Brain, cerca de 39% das pessoas pretendem adquirir um imóvel entre esse ano e o ano que vem.