Um dia marcado por uma grande variedade de ofertas e promoções consideradas irresistíveis. Assim é conhecida a Black Friday. Em 2023, acontecerá no dia 24 de novembro e, faltando pouco para a data, os comércios físicos e online seguem preparando seus descontos. Afinal, este é um evento aguardado por muitas pessoas que, às vezes, acabam se excedendo nas compras, por isso também é preciso cuidado.
O especialista em finanças pessoais, João Victorino, explica que a Black Friday é uma ótima possibilidade para se economizar dinheiro diante de grandes oportunidades de descontos. No entanto, as compras precisam ser feitas de forma bastante consciente para que os gastos não aumentem muito e nem deixem o orçamento apertado, o que vai ser prejudicial no momento de pagar as contas.
Segundo João, esse é um evento que precisa da atenção redobrada dos consumidores. “O ideal é fazer uma listinha do que se pretende comprar e, principalmente, pesquisar os preços em lojas diferentes e antes da data. Assim, você vai saber quanto determinado produto estava custando e qual desconto foi aplicado para a ocasião, conseguindo avaliar se de fato compensa adquiri-lo”, afirma.
Dados de uma pesquisa realizada em agosto pela Méliuz, startup brasileira que disponibiliza cupons de desconto de lojas online, apontam que os consumidores pretendem gastar 62% a mais na Black Friday deste ano do que em 2022. Além disso, 95% dos entrevistados têm a intenção de realizar pelo menos uma compra durante o período. O estudo foi feito avaliando a intenção de comprar no evento com mais de mil usuários da base.
Analisando este cenário, o especialista acredita que o aumento do número de pessoas que pretendem fazer compras na data acontece pela melhora do momento financeiro em relação à fase vivida em 2022. Apesar de o país ainda estar em uma situação econômica difícil, com juros altos, a população tenta suprir demandas represadas ao mesmo tempo em que também deseja aumentar o seu poder aquisitivo.
Porém, João destaca que é preciso ter cuidado com descontroles e que compras por impulso são as verdadeiras inimigas da liberdade financeira. “O planejamento financeiro é essencial em qualquer situação, inclusive na Black Friday, onde a tentação costuma ser maior. Por essa razão, antes de gastar, faça três perguntas: Eu realmente quero isso? Eu preciso disso? Eu posso comprar isso? Dependendo das respostas (se for positiva para os três casos), você poderá seguir com a compra com a sua consciência tranquila (e o bolso também)”, ressalta.
O especialista pontua que muitas pessoas estão com vontade de fazer compras como forma de se sentirem ‘recompensadas’ por terem tido um ano difícil até o momento, com desafios e crises, por isso, podem se exceder e complicar suas vidas financeiras. “Usar o famoso ‘porque eu mereço’ não é uma decisão muito inteligente financeiramente. Se a compra é simbólica, com um valor baixo, funciona. Mas se não for assim, tome cuidado para não transformar a Black Friday no Burning Money Friday”, alerta.
Além das orientações acima, João reforça a importância de se criar uma lista, que vai ajudar a centralizar as compras, evitando a aquisição de itens a mais e desnecessários. Ele também aconselha a não ultrapassar o limite de crédito. O crédito ou financiamento deve ser usado com cuidado, mas o ideal é não necessitar destas alternativas. Caso a pessoa tenha controle das contas, vale avaliar as melhores taxas ou usar o parcelado sem juros do cartão.
Aliado a isso, o especialista defende que é fundamental definir dia e horário para efetuar as compras. “Desta forma, será possível seguir a lista, não estourando o orçamento estipulado. Utilizar a Black Friday para as compras de Natal também pode ser uma boa oportunidade. Inclua os presentes de Natal, como dos filhos e companheiros, na lista de compras da Black Friday. Assim você garante os melhores preços e maior economia nos presentes”, finaliza.