Cerca de 400 novos casos de retinoblastoma, um tipo de câncer raro, com origem nas células da retina (responsável pela visão), são diagnosticados anualmente pelo Ministério da Saúde.
Esse tipo de câncer atinge com maior incidência as crianças com idade inferior aos 5 anos e é extremamente importante conscientizar e incentivar a população sobre o diagnóstico precoce dessa doença, que em estágio inicial apresenta 90% de chances de cura.
Segundo o oftalmologista Swammy Mitozo, o retinoblastoma pode ser esporádico em um olho – que surge a partir da mutação de uma célula, ou hereditário, que ocorre em razão de uma mutação genética, no gene Rb1 e pode atingir os dois olhos.
“A principal causa do câncer é o fator genético. O portador herda uma mutação no gene Rb1 que resulta no aparecimento do retinoblastoma. Porém, este tipo de câncer pode aparecer como qualquer outro.”, explicou o médico.
O oftalmologista aponta os principais sintomas da doença que são sinais de alerta para os pais. “A princípio, o câncer pode ser percebido quando uma pupila fica branca no contato da luz com o olho, às vezes na fotografia com flash. Os olhos podem parecem estar olhando para direções diferentes”, ressaltou.
Ainda segundo Mitozo, a doença pode ser diagnosticada por meio de do teste do olhinho, assim que o bebê nasce. “Depois disso, é muito importante também a investigação para a avaliação do nível do câncer e para identificar se há ou não metástases”, disse.
Já o tratamento dependerá do tipo e do estágio da doença, mas a maioria é feito com:
Laserterapia: para os tumores menores;
Crioterapia: que é o congelamento e destruição do tumor;
Quimioterapia: para reduzir o tamanho do tumor e prevenir sua multiplicação;
Radioterapia, para ajudar a reduzi-lo; e em casos em que nenhuma dessas opções funcionam como forma de tratamento, é recomendada a retirada do globo ocular via procedimento cirúrgico.
Um estudo feito pela PUC apontou que é necessário manter acompanhamento, após o tratamento do retinoblastoma para monitorar a recorrência e as complicações da terapia.
É necessário realizar o exame de Ressonância Magnética de Crânio semestralmente, até os 3 a 5 anos de idade nas crianças com retinoblastoma hereditário para rastreamento de tumores. Segundo Mitozo, “após dois anos sem recidiva a criança é considerada curada, no entanto, o acompanhamento oftalmológico é sempre necessário”.