O PicPay informou nesta sexta-feira, 20, a decisão de pausar sua operação de criptomoedas, diante da “indefinição regulatória do setor”. Trata-se da segunda instituição a fazer um anúncio do tipo nesta semana – na quarta-feira, a XP decretou o fim da Xtage, sua plataforma de negociação de ativos digitais.
A decisão do PicPay não impacta na participação da companhia nos testes do real digital do Banco Central, batizado como Drex, disse em nota. “Nada muda em relação à nossa crença na tecnologia como infraestrutura, e continuamos disponíveis para atuar, junto ao Banco Central, para impulsionar e popularizar esse mercado no Brasil”, afirma o vice-presidente de produtos e Tech do PicPay, Anderson Chamon.
Chamon diz que, depois de a companhia ter testado o mercado sob a regulação atual, decidiu por retomar a atuação “quando houver mais clareza sobre o tema”. O PicPay lançou sua exchange em agosto do ano passado e chegou a ultrapassar um milhão de usuários em apenas cinco meses.
Daniel Mandil, executivo responsável pela operação, também diz que se trata de uma pausa estratégica. “Apesar dos avanços regulatórios recentes, a definição do arcabouço legal até o momento está em aberto. Observamos que uma incerteza similar também acontece em outros países, que ainda buscam modelos definitivos. Esse cenário nos levou a essa decisão”, afirma.
Reportagem especial do Broadcast Investimentos mostrou que as exchanges locais e estrangeiras que atuam no Brasil estão à espera da regulação infralegal para os prestadores de serviços com ativos digitais.
Segundo o PicPay, a pausa permitirá à companhia “direcionar os esforços do time para a evolução do seu ecossistema, com foco em ampliar o portfólio de produtos e serviços que facilitem a vida financeira dos usuários”. “Criptomoedas em geral representam um porcentual pequeno da carteira de cada investidor, então há um mundo que podemos explorar com outras aplicações que complementem a experiência do app e aumentem o valor para o cliente”, diz Mandil.
Os profissionais do PicPay que atuavam em criptomoedas serão realocados em outros projetos de investimentos da companhia, de acordo com o perfil de cada um, informa a nota.
Como ficam os clientes
A comunicação aos usuários foi feita nesta sexta-feira com os detalhes sobre os próximos passos. A partir de hoje, não será mais possível comprar tokens pelo app. Segundo a empresa, os usuários que têm saldo em criptomoedas no PicPay podem liquidar seus tokens, sem taxas, até o dia 11 de dezembro.
Aqueles que desejarem manter os ativos terão a opção de fazer a portabilidade para a Foxbit, corretora especializada em criptoativos. Para isso, basta manifestar o interesse a partir de 30 de outubro na área de cripto do app do PicPay.
Com informações de M&C e Estadão Conteúdo (Bruna Camargo)