Mais experientes e economicamente estáveis, os consumidores acima dos 50 anos representam o grupo conhecido como economia prateada. Um estudo realizado pela consultoria Data8 estima que esse público movimenta R$ 2 trilhões por ano no Brasil e é responsável por 23% do consumo de bens e serviços no País.
A necessidade de inclusão digital do grupo foi um dos temas debatidos durante a Futurecom, considerado o maior evento do setor de telecomunicações, TI e internet do Brasil e da América Latina. A feira acontece até esta quinta-feira, 5, no São Paulo Expo. Célio Martinez, CEO da Mercado&Consumo, mediou a palestra sobre o tema.
Embora os números indiquem oportunidades para a economia, o grupo ainda enfrenta obstáculos na hora de fazer compras online: 65% afirmam que as marcas não estão adaptadas para atender às suas necessidades e 52% têm dificuldades para encontrar produtos que sejam do seu desejo, segundo dados da FleishmanHillard.
Paula Tempelaars, head de Lab da Neurowits, chamou a atenção para a importância da criação de experiências de compra que se alinhem ao processamento emocional e cognitivo de cada grupo etário. “Não é porque o mundo está globalizado que todos querem ter o mesmo serviço. É preciso entender o seu consumidor, indepentemente de estratégias de cruzamento de dados e crossborder“, afirmou.
O número de brasileiros com menos de 30 anos de idade caiu de 49,9%, em 2012, para 43,3%, em 2022. Em contrapartida, o percentual de pessoas acima de 60 anos subiu de 11,3% para 15,1% no mesmo período, de acordo com pesquisa do IBGE.
A pandemia acelerou a digitalização do País, que é o terceiro maior consumidor de redes sociais em todo o mundo. Andressa Girotto, assessora na coordenação-geral de normatização ANPD, explicou que os brasileiros que representam a economia prateada precisam de acesso, conhecimento, confiança e design adaptativo para serem incluídos na nova era da sociedade. “A inclusão digital não se dá apenas pelo acesso, mas também pelo conhecimento das ferramentas”, resumiu.
Fernanda Garibaldi, diretora-executiva da Zetta, citou o aniversário de 20 anos do Estatuto do Idoso para lembrar que a legislação tem papel central para a chegada de inovações a pessoas de todas as idades.
“Não importa se uma pessoa tem 15 ou 50 anos, é importante criar serviços e jornadas que ofereçam boas experiências. O desafio é trazer legislações regulatórias que não sufoquem as inovações e, ao mesmo tempo, possibilitem a inclusão de todos”, enfatizou.
Por M&C