A falta de mão de obra qualificada no setor de contabilidade é uma preocupação crescente. Nos últimos anos, empresas de países como Estados Unidos, Coreia do Sul, Austrália e Espanha têm importado mão de obra qualificada em contabilidade. Especialistas defendem que essa escassez também afetará o Brasil.
Neste ano, o Brasil chegou à marca de 21 milhões de CNPJs ativos no país. Com mais de 500 mil profissionais da contabilidade com registro ativo, 29% concentrados em São Paulo, o presidente do Sescon-SP (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias e Pesquisas no Estado de São Paulo), Carlos Baptistão, explica que a falta mão de obra contábil para atender essa demanda é crescente.
“No Brasil, como no mundo todo, já estamos sentindo a falta de mão de obra em contabilidade. Porém, o segmento é indispensável para o crescimento do país. A contabilidade reúne as informações necessárias para realizar qualquer análise sobre as empresas públicas, empresas privadas e de toda a sociedade. Toda a riqueza do país passa pelas mãos dos contadores e precisamos divulgar essa área para os jovens”, defende Carlos Baptistão, presidente do Sescon-SP.
O tema está sendo discutido no 7º Seminário Internacional de Excelência Empresarial, que está sendo realizado pelo Sescon-SP nesta semana até o dia 15 de setembro em Singapura. O evento conta com um grupo de empresários contábeis brasileiros que estão em visita de negócios e educação executiva na cidade-estado asiática.
O Country Manager da Associação de Contadores Certificados em Singapura (Association of Chartered Certified Accountants – ACCA Singapore), Daniel Leung, reforçou a preocupação com a falta de mão de obra no setor. Segundo ele, sem grandes complexidades tributárias no sistema tributário de Singapura, os jovens habitantes do maior dos 4 tigres asiáticos não têm manifestado interesse na profissão contábil, o que vem preocupando o setor.
“Ao longo dos anos, com os avanços tecnológicos, muitas pessoas estão se tornando mais experientes em tecnologia. Já a contabilidade, infelizmente, sempre teve esse estereótipo de longas horas de trabalho, salário baixo e muito trabalho. Portanto, muitos jovens estão se afastando dessa carreira. Também estamos observando que o número de graduados em contabilidade nas universidades e institutos politécnicos locais está caindo devido a essa concepção. Um dos motivos pelos quais estamos tentando mudar a mentalidade é que a qualificação e o diploma em contabilidade não se limitam à carreira financeira”, explica Leung.
Seminário internacional
Realizado em Singapura, na Ásia, pelo Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon-SP), com a colaboração da parceira educacional Universidade Nacional de Singapura, o 7º Seminário Internacional de Excelência Empresarial tem como objetivo informar e posicionar empresários da área no que há de mais inovador no mercado. A programação, que acontece nesta semana até o dia 15 de setembro, conta com palestras sobre temas como gestão e liderança, empreendedorismo, macroeconomia, investimentos, inovação e transformação digital, além de workshops e visitas a startups, pólos empresariais e locais culturais e históricos do país. Esta é a última edição de um ciclo que passou pelos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Israel, trazendo a mesma trilha de conhecimento, mas cada local com perspectivas únicas.