BRASÍLIA. Em nova fase, a CPI das ONGs começa a ouvir dirigentes de instituições denunciadas por indígenas, pesquisadores e autoridades da área ambiental por estarem enriquecendo com recebimentos recursos milionários em nome de proteger a floresta e os povos originários, mas na prática atuarem para barrar o desenvolvimento e a exploração de riquezas.
O primeiro a depor, nesta terça-feira é Virgílio Viana, superintendente da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), que foi uma das maiores beneficiadas com recursos milionários do Fundo Amazônia e tem entre seus embaixadores para captação de doações artistas estrelados como Christiane Torloni.
Só do Fundo Amazônia, a FAS recebeu R$50.6 milhões do Fundo da Amazônia para dois programas: para pagamento de uma bolsa de R$50.00 a ribeirinhos, o Programa Bolsa Floresta, rebatizado como Programa Guardiões da Floresta, recebeu R$19 milhões, e o segundo, para pagamento de Bolsa Renda, R$31.518 milhões.
O site da FAS informa que além do Fundo Amazônia, a ONG tem 344 parceiros financiadores, grandes fundos governamentais estrangeiros e empresas multinacionais, entre eles o recorrente fundo americano USAID, Andes Amazon Found, Google, PNUD, Petrobras, Coca-Cola, Bradesco e Samsung. Até meados de 2015 recebia também do Governo do Estado do Amazonas.
“Com essa dinheirama a Fundação Amazônia Sustentável faz terrorismo e diz que o Planeta sofre o risco de ser afetado por todo tipo de pragas e pandemias caso não se impeça o avanço de atividades econômicas na região. Agora essa ONG que é do Amazonas, colocou no seu site, bem grande, que a próxima ou as próximas epidemias podem começar na Amazônia”, denunciou Plínio.
Na sessão de amanhã a CPI irá votar requerimento para o próximo depoimento, de Márcio Santilli, um dos fundadores da ONG Instituto Socioambiental (ISA), a mais citada.