Por propositura do deputado estadual Adjuto Afonso, os representantes da Fábrica Virrosas participaram de uma sessão especial, nesta quinta-feira (24), no Plenário Ruy Araújo. A empresa foi homenageada com uma placa e seus colaboradores mais antigos com diplomas pela contribuição à economia do estado a partir da produção ininterrupta e da geração de centenas de empregos diretos e indiretos.
A empresa iniciou suas operações em 1913, no térreo da casa do português Virgílio e da esposa, a espanhola Sabina Rosas, que ficava na Rua Miranda Leão. Posteriormente, teve novas sedes até chegar a instalação atual, no bairro da Compensa.
Fabricava licores e conhaques. A matéria-prima era importada da Europa. Os vinhos oriundos de Portugal vinham em barris, confeccionados em madeira de Carvalho, de 400 litros. Como os barris não tinham como retornar para a Europa, Virgílio Rosas teve a ideia de usá-los como equipamentos para produção de vinagre.
Da inventividade para o reaproveitamento, nasceu a tradição de produção de vinagre com a marca de Virgílio Rosas.
O deputado Adjuto Afonso elogiou o forte comprometimento da empresa com a sociedade amazonense e pelo fato de ter se consolidado como a preferida da população.
“Eu nem sei se tem outra marca de vinagre no mercado. Só lembro da Virrosas a minha vida inteira aqui no nosso estado. Espero que voltemos aqui para celebrar, 111, 112 anos e que ela seja eterna pelo bem que gera”, destacou Adjuto.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antonio Silva, afirmou que o sucesso contraria os próprios conceitos de administração moderna.
“Ela quebra o paradigma de que empresa familiar não ultrapassa a segunda geração. A Virrosas está na quarta geração produzindo com eficiência. A evolução dela é motivo de orgulho por ser uma empresa genuinamente amazonense a completar este ciclo todo”, falou categórico.
O empresário e ex-secretário de Fazenda Isper Abrahim Lima uniu-se a dezenas de autoridades e de empresários que participaram do evento no sentido de reconhecer a luta dos persistentes empreendedores.
“Somente com muita garra e determinação é possível superar as dificuldades que são dificílimas. Completar 110 anos com uma vasta linha de produtos e sendo gerenciada pela mesma família, merece nossos parabéns”, elogiou o empresário Isper Abrahim.
Social e evolução
Durante a pandemia, quando o álcool se tornou escasso e a Covid-19 ameaçava a vida de milhões de amazonenses, a Virrosas teve um papel fundamental no combate à proliferação do coronavírus.
Dentre os produtos comercializados pela empresa está o álcool 70%, que reduz a transmissão do agente infeccioso. Na época, pelo excesso de consumo, ele desapareceu das prateleiras e o que era encontrado, normalmente, estava com o preço hiperinflacionado.
“Tínhamos pedido nossa primeira remessa de álcool em gel 70%. E, quando ela chegou a Manaus, havia uma grande correria pelo produto. Disponibilizamos para as redes de supermercados com o mesmo valor da aquisição. Paralelo a isso, a Virrosas, em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e com o Corpo de Bombeiros, além do grupo Atem, contribuiu com a produção e doação de álcool para hospitais e pessoas de baixa renda no período mais crítico de contaminação pelo coronavírus”, relembrou Pedro Monteiro, diretor da Virrosas.
O empresário, representante da quarta geração da família, foi enfático durante o discurso ao garantir que a empresa está preparada para superar e vencer os novos desafios.
“Atualmente, a empresa produz 20 itens e, até o final de 2024, irá triplicar o mix de produtos. A Virrosas está presente nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Roraima, Rondônia e Amapá. O plano de expansão prospecta atendimento futuro das demais regiões brasileiras e até do mercado internacional por meio da exportação”, declarou.
Pedro também destacou as diretrizes que movem o empreendimento. “Nossa empresa chegou aos 110 anos buscando sempre aprimorar suas instalações, processos, investindo na equipe e, acima de tudo, focando na qualidade dos produtos e bem-estar dos nossos consumidores. Temos uma marca a zelar e ainda temos muito para crescer e se Deus permitir muitos centenários para próximas gerações celebrarem”, finalizou.