Baixo rendimento na escola e o acúmulo de notas baixas é uma situação que costuma preocupar os pais e pode indicar um sinal de alerta para algum problema. Nesse momento, é importante que os adultos procurem compreender quais são as dificuldades que a criança relata e, caso necessário, procurem ajuda de um profissional.
“Certa dificuldade na escola pode ser causada por vários fatores, desde questões pedagógicas, emocionais, comportamentais até doenças mentais ou físicas”, diz Filipe Colombini, psicólogo especializado em orientação parental.
Conforme o especialista, a questão pode se agravar porque crianças que apresentam dificuldades de adaptação ao ambiente escolar costumam ser isoladas dos colegas e muitas vezes são vítimas de bullying. “Além das notas baixas em si, agressividade, falta de interesse nas tarefas e tentativas de evasão escolar são alguns dos sinais de alerta que apontam um problema que deve ser amparado com ajuda profissional”, explica o psicólogo.
Colombini lembra que cada caso é um caso e, que, muitas vezes, os problemas escolares são causados por mais de um fator, sejam eles psiquiátricos, pedagógicos ou emocionais. Por isso, é importante contar com o acompanhamento de um profissional. “As causas mais comuns para o baixo rendimento escolar, vão desde as dificuldades sociais e emocionais a condições neuropsicológivas que afetam o aprendizado, como os transtornos de aprendizado de leitura, escrita, matemática”, enumera o especialista.
Desde a primeira infância já é possível realizar uma série de avaliações psicológicas, neurológicas e pedagógicas que podem identificar se realmente existe algum transtorno que requer tratamento. “O suporte de um psicólogo é fundamental por ser capaz de trabalhar funções emocionais e executivas importantes para a capacidade de estudar”, alerta Colombini. “A tutoria de estudos é uma modalidade terapêutica que oferece boas ferramentas para que a criança melhore sua capacidade de aprendizagem, aprendendo a aprender e a lidar melhor com as demandas escolares, seja provas, lições e projetos”, afirma o especialista.
“Nesse processo, é essencial que exista uma relação de parceria e comunicação constante entre os pais e a escola”, indica Colombini.
O especialista também recomenda o apoio de uma equipe multidisciplinar e uma rede de apoio. “Uma equipe coesa e comunicativa vai indicar eventuais sinais de alerta e, ainda, monitorar a evolução e o progresso da criança no decorrer do tratamento”, diz o especialista.