Elas chegaram em novembro passado dentro de seis contêineres de madeira em um jumbo fretado de Joanesburgo para o Rio de Janeiro. Dentro de cada caixa, três girafas bebês respiravam por pequenos orifícios de ventilação e trombavam umas nas outras, agitadas, após um voo de 10 horas.
Foram quase quatro horas até que todos os 18 animais fossem transferidos por guindastes para caminhões e levados para uma quarentena que deveria durar 15 dias. Um mês depois, três das girafas morreram em circunstâncias ainda obscuras.
Registros da Polícia Federal mostram as outras 15 girafas feridas e, segundo autoridades, cercadas de fezes e urina sob atos contínuos de “maus tratos, abuso e crueldade”.
O caso deu início a uma investigação envolvendo executivos de um zoológico no Rio de Janeiro e comerciantes de animais selvagens baseados em Joanesburgo e na Cidade do Panamá.
Todos os animais foram importados como parte de um projeto de conservação anunciado pelo BioParque, novo nome do antigo zoológico do Rio de Janeiro, hoje sob gestão privada. O zoológico nega qualquer irregularidade e diz que as demais girafas estão “absolutamente bem”.