A maternidade é um período de transição única na vida de uma mulher. A expectativa cultural é que, assim que se tornam mães, elas sejam capazes de lidar com todas as demandas e responsabilidades associadas ao cuidado dos filhos de forma natural e instintiva. No entanto, muitas mulheres experimentam um sentimento debilitante de insegurança, conhecido como Síndrome do Impostor na Maternidade.
Para orientar as mães que sofrem da síndrome, a especialista em análise comportamental e psicologia positiva, Tatiana Pêgo, fala sobre pontos importantes para ajudá-las nesse processo delicado.
”Essa insegurança na maternidade pode ser amenizada mudando a autopercepção – o olhar da mãe sobre si mesma. Então, essa leitura deixa aqui, um convite para cada uma vestir as suas medalhas, olhar as suas vitórias e seus micro passos nesse novo desafio chamado maternidade”, afirma Tatiana Pêgo.
O fenômeno psicológico, no qual uma pessoa acredita que é uma fraude e teme ser exposta como tal, ainda sente que não é digna de suas realizações. Quando essa síndrome é vivenciada no universo da maternidade, as mulheres podem questionar suas habilidades parentais, sentindo-se inadequadas e incapazes de atender às expectativas que elas ou a sociedade impõem.
A competência das mulheres como mães não está ligada à Síndrome do Impostor na Maternidade. Normalmente, é o contrário, as que mais sofrem são altamente competentes. A voz interior de autocrítica e o medo persistente de serem descobertas como impostoras podem prejudicar sua autoestima e seu bem-estar emocional.
Por fim, é importante reconhecer que cada família é única, e tem suas próprias experiências e desafios. A Síndrome do Impostor na Maternidade é realmente um desafio para muitas, mas é importante lembrar que elas não estão sozinhas.
”A mãe não pode ser tudo, mas pode ser muito. Se olhar somente para o que falta, para o que ainda não tem, o que possui em mãos nunca será o suficiente. Quem não se apropria dos seus pontos fortes, nunca se sentirá boa o bastante. Vista suas pequenas vitórias, vista suas medalhas, do contrário, não saberá apreciar os momentos de grandes conquistas”, detalha a especialista.
As causas na Maternidade podem variar de pessoa para pessoa, mas existem alguns fatores comuns que contribuem para esse sentimento. A idealização da maternidade é retratada em filmes, programas de televisão e nas redes sociais, então ocorre uma pressão social e cultural. Além, é claro, da falsa impressão da maternidade perfeita exposta constantemente por todos os canais de comunicação, sem desafios ou dificuldades.
Aí mora um grande problema, pois pode levar as mães a acreditar que estão falhando quando enfrentam obstáculos ou têm dificuldades em lidar com as demandas do dia a dia.
Comparações com outras mães gera a sensação de ser uma fraude, a falta de confiança nas habilidades parentais e o medo de cometer erros também são características comuns da Síndrome do Impostor na Maternidade. As mulheres podem se sentir culpadas por não serem mães perfeitas o tempo todo e podem questionar constantemente se estão fazendo o suficiente ou se estão fazendo as coisas do jeito certo.
”As mães também podem buscar informações confiáveis sobre a maternidade, participar de grupos de apoio (inclusive, é super importante ter esta rede), ler livros sobre parentalidade e se educar sobre as diferentes fases do desenvolvimento infantil. Mas também, sem esquecer que cada momento da vida do(a) bebê/criança/jovem é um momento novo para a mãe, e ter consciência disso tira um peso da responsabilidade de ser perfeita o tempo todo, porque é impossível. Todas as fases terão suas próprias experiências e desafios”, finaliza Tatiana.