Em 2023, o endividamento dos brasileiros alcançou o maior nível histórico já registrado: 77,9% da população, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O último levantamento do Serasa mostrou ainda que 69,43 milhões de pessoas começaram o ano com nome restrito.
O cenário é preocupante, especialmente quando observamos que a maior parte das dívidas estão sendo acumuladas nos gastos do dia-a-dia. Um levantamento da FGV revela que o crédito para pessoas físicas no Brasil voltado para o consumo (composto por consignado, crédito pessoal não consignado, cartão de crédito etc.), exceto o imobiliário, já está em patamar elevado em relação ao tamanho de sua economia (PIB).
O endividamento do brasileiro parece espelhar a trajetória recente da economia do país que, nos últimos anos, tem oscilado entre recessão, estagnação e baixo crescimento. Levando em conta que a chance de o brasileiro recuperar uma dívida ou parcela em atraso em até 30 dias após o vencimento é de quase 68%, a estratégia é focar em resolver as dívidas o quanto antes, já que essa probabilidade cai para menos de 5% após seis meses. Os dados são da Deep Center.
O estudo aponta ainda que até 2016, a tendência era de crescimento do saldo de crédito imobiliário, com relativa estagnação do crédito não imobiliário. Entretanto, a partir daquele ano, o saldo de imobiliário manteve-se constante em torno de 9% do PIB, enquanto o não imobiliário passa a crescer e atinge quase 23%. As principais modalidades do crédito pessoa física, além do financiamento imobiliário (29,2%), são: consignado (18,5%), cartão de crédito (15,5%) pessoal não consignado (7,9%,) e aquisição de veículos (8,1%).
O ideal é evitar gastar mais do que se projeta ganhar no mês. Porém, depois da dívida feita, ainda é possível negociar. Hoje, existem grandes esforços por parte das empresas para não saírem no prejuízo e essas opções podem valer a pena para as duas partes envolvidas.
O modelo de “feira de negociação” tem alta adesão por parte dos clientes e aumenta significativamente a recuperação de crédito de altos valores. O encontro pode reunir dezenas de representantes de bancos, financeiras e empresas de cobrança em locais estratégicos para atender os clientes pessoalmente.
Nestes eventos, até 90% do portfólio de cobrança pode ser negociado e, aproximadamente 2,5 clientes em média se atraem pela proposta e se deslocam presencialmente para tratar do tema, gerando recuperação superior a R$ 250 milhões em cada feira. Além disso, foi registrado um aumento de 70% no volume de negociações quando comparado aos métodos tradicionais de cobrança.
Os números foram registrados em eventos cobertos pela Deep Center e comprovam a importância de focar na renegociação das dívidas, tanto para a pessoa física, quanto para empresas. Hoje, existem tecnologias de ponta que podem auxiliar o cliente a dar conta das finanças e as companhias a não ficarem no prejuízo.
*Por Gabriel Camargo