São Paulo, 06 de julho de 2023 – A implementação do ESG (Environmental, Social, and Governance) pelas empresas, vêm se tornando cada vez mais recorrente, relevante e essencial. Essa abordagem visa incorporar critérios ambientais, sociais e de governança aos negócios, com o objetivo de promover um impacto positivo tanto na gestão e desempenho financeiro da companhia quanto na sociedade em geral.
Ricardo Voltolini, coordenador do curso ESG, liderança e inovação da pós-graduação Digital FAAP, destaca que a incorporação de critérios ESG em todas as fases da companhia é fundamental para garantir a perenidade da organização. Essa abordagem auxilia na tomada de decisões estratégicas, desde a gestão de riscos até as operações, além de atrair talentos diversos e investimentos a longo prazo.
“É importante compreender que a prática desta concepção é um processo sistêmico e evolutivo, colaborativo e reflexivo. Mas, que se bem implementado, é favorável para as companhias, meio ambiente e pessoas”, afirma o coordenador.
Ao adotar uma abordagem abrangente que englobe os aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa, as organizações se fortalecem para enfrentar os desafios do século XXI e contribuir para um futuro mais sustentável. Por meio da conscientização, educação e ação, elas podem liderar pelo exemplo e promover mudanças positivas em escala global, ao mesmo tempo em que garantem seu próprio sucesso e prosperidade a longo prazo.
Com o objetivo de auxiliar as empresas a obterem êxito na efetivação dessa prática, Ricardo elencou as principais estratégias para conquistar uma agenda assertiva. Confira:
1- A avaliação de externalidades da empresa em toda a sua cadeia de valor:
É crucial considerar não apenas os aspectos sociais e ambientais negativos (externalidades negativas), mas também os fatores sociais que podem gerar valor (externalidades positivas).
2- O compromisso dos gestores:
É preciso que a liderança não somente esteja engajada, mas reconheça os temas ESG como uma oportunidade, priorizando a agenda junto com os outros temas considerados estratégicos para a companhia.
3- Os direcionadores estratégicos da organização (missão, visão e valores):
Para aquelas que ainda estão iniciando o processo, é preciso avançar nos atributos da marca, políticas internas e iniciativas existentes, a fim de trazer coerência entre as externalidades da empresa e sua vocação para os temas ESG.
4- A integração das áreas envolvidas e o engajamento de stakeholders:
O ESG não é responsabilidade de uma área única: é uma abordagem sistêmica e abrangente, que envolve diversas áreas do negócio. Conhecer a opinião de stakeholders facilita o planejamento de comunicação direcionada, com o intuito de informar e engajá-los com esse novo tema.
5- Avaliação do ambiente macroeconômico e as grandes tendências sociais e ambientais:
É imprescindível avaliar as demandas crescentes da sociedade e os fatores relacionados a regulações, financiamentos, riscos socioambientais que podem trazer restrições e/ou ampliação de oportunidades e melhoria de performance das empresas, a partir de critérios ESG, na entrega de produtos e serviços.
6- Desenvolvimento de pessoas:
É essencial fortalecer tanto a alta liderança quanto os funcionários em relação aos temas ESG de forma constante, com o objetivo de criar uma cultura sólida, ampliar o entendimento dos riscos e oportunidades, e garantir que a tomada de decisão e a obtenção de resultados socioambientais positivos estejam alinhadas aos ganhos financeiros do negócio.
7- Alinhamento com o planejamento estratégico, políticas e processos:
Implementar políticas, normas e regulamentos que estejam alinhados com o viés socioambiental é uma forma de oficializar o compromisso da empresa com o Desenvolvimento Sustentável, tanto internamente quanto externamente, além de aumentar a probabilidade de alcançar resultados positivos nessa área.
8- Definição de métricas e metas para monitoramento:
Um plano não é estratégico sem indicadores e metas. Além disso, é recomendável a verificação dos dados por terceiros, atestando a veracidade das informações ESG, assim como a inserção dos resultados socioambientais na remuneração da alta liderança.
9- Transparência na divulgação de informações:
Prestar contas sobre o desempenho da companhia (positivo ou negativo) nos temas ESG é fundamental para a obtenção de confiança dos públicos que se relacionam com ela. Isso é importante para o departamento de compliance; para ganho de reputação, atraindo mais clientes e talentos e para ampliação de competividade.
10- Desenvolvimento de parcerias:
Buscar parcerias com organizações não governamentais, instituições acadêmicas, governo e outros players do mercado, vai além da minimização e visa gerar um impacto positivo. Essas uniões proporcionam oportunidades de compartilhar conhecimento e práticas, além de expandir o escopo e os resultados dos projetos voltados aos desafios complexos de ESG.
11- Instauração de instâncias de governança:
Contar com profissionais qualificados em posições de poder é fundamental para implementar com sucesso as estratégias e desafios de ESG. Essa necessidade pode ser atendida por meio da criação de comitês, comissões gerenciais e interdepartamentais.
“Embora seja desafiador, assim como qualquer mudança cultural em uma organização, o ESG possui um grande potencial para criar significado no trabalho e gerar uma percepção positiva nos funcionários. Um dos principais benefícios é a descoberta e o desenvolvimento do pensamento sistêmico, devido à abordagem holística dos temas ESG quando incorporados à estratégia de negócios”, finaliza Ricardo.
No atual contexto de crescente conscientização sobre a importância da sustentabilidade e das práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), a formação profissional adequada desempenha um papel crucial.