Na noite do último sábado (24), a equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) do Instituto Argonauta recebeu um acionamento informando sobre o aparecimento de um lobo-marinho vivo na praia Guaecá, na cidade de São Sebastião, litoral norte de São Paulo.
Tão logo recebeu a informação, uma equipe PMP-BS do Instituto Argonauta composta por veterinários, oceanógrafos e biólogos foi até o lugar informado, e isolou imediatamente a área da praia onde o animal está, para sua proteção. De acordo com análise prévia da equipe técnica, o lobo-marinho aparentemente estava utilizando a praia para descanso. A equipe informou que ele estava um pouco magro, porém, em estado de alerta.
Durante todo o domingo, 25, a equipe técnica monitorou o animal continuamente no local, e ficou de prontidão para o caso de qualquer intervenção. Ele retornou para o mar na tarde de ontem.
Trata-se da espécie Arctocephalus tropicalis, um lobo-marinho subantártico, cuja distribuição é mais ampla entre as demais espécies de lobos-marinhos. Esse animal pertence à ordem Pinípedes – ordem de mamíferos que inclui os lobos-marinhos, focas e leões-marinhos.
Essa é uma espécie insular de ampla distribuição no Hemisfério Sul, e habitam ilhas oceânicas, onde estão localizadas suas colônias reprodutivas; e se deslocam para se alimentar durante o inverno e primavera em regiões do sul da África, Austrália, Ilhas Geórgia do Sul e América do Sul (Brasil, Uruguai e Argentina).
Ele pode ser identificado pela coloração pardo-amarelada de sua pelagem no peito, garganta e face, apresentando também uma mecha de pelos no alto da cabeça, semelhante a um topete. Os machos podem alcançar 1,95 m de comprimento, e pesar em torno de 165 Kg, enquanto as fêmeas atingem 1,45 m de comprimento e pesam em média 165 kg. Esses lobos-marinhos se alimentam principalmente de peixes, crustáceos, pinguins e cefalópodes, e seus principais predadores são as orcas (Orcinus orca) e a foca-leopardo (Hydrurga leptonyx).
Os lobos-marinhos subantárticos Arctocephalus tropicalis têm uma das maiores distribuições, e com uma estimativa de que a população mundial esteja entre 300 mil a 350 mil indivíduos. A espécie é considerada pela Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas (IUCN Red List ou Red Data List) como pouco preocupante (em inglês, low concern). Mesmo sendo considerada com baixo risco de extinção, sofrem com os impactos da interação antrópica, pela pesca, agressão, e pelos efeitos das mudanças climáticas e alterações no ambiente marinho.
Eles são excelentes nadadores e podem mergulhar a grandes profundidades em busca de alimento, podendo permanecer submersos por vários minutos. (Com informações de www.pinipedesdosul.com.br)
Orientações
Ao encontrar algum pinípede nas praias, é importante deixar o animal sair da água sempre que quiser descansar, pois caso se sinta acuado, pode ficar agressivo. Veja abaixo, orientações para como proceder ao encontrar alguma espécie desta ordem:
– Não se aproxime do animal;
– Não faça selfie com o animal;
– Se o animal estiver tentado sair da água, se afaste para ele se sentir confiante e sair em segurança;
– Não tente o fazer retornar ao mar;
– Não o alimente;
– Mantenha animais domésticos distantes.