Portugal e Estados Unidos vivem atualmente economicamente momentos bem distintos para imigrantes e isso torna-se visível ao analisar o número de brasileiros que têm buscado auxílio para voltar ao Brasil e sair de Portugal. São pessoas que não estão aguentando pagar seus aluguéis, nas grandes cidades portuguesas o preço em média está em torno de 700 euros. O medo do desemprego e principalmente o baixo salário mínimo de 760 euros acabou fazendo com que essas pessoas procurem ajuda na agência da ONU para imigrações. Entre janeiro e março deste ano, segundo a agência da ONU, foram recebidos 290 pedidos de auxílio de brasileiros buscando ajuda para voltar ao país de origem. O número representa uma alta, uma vez que no mesmo período em 2022, foram registrados 114 pedidos de auxílio.
Ao contrário do que acontece em Portugal, os Estados Unidos continuam em franca expansão em sua economia com o mercado aberto e contratando pessoas. O Departamento de Estado divulgou que: reconhece o impacto positivo das viagens aos Estados Unidos por estudantes estrangeiros e portadores de visto de trabalho temporário na economia dos EUA e está comprometido em facilitar as viagens de não imigrantes e reduzir ainda mais o tempo de espera de vistos.
Os EUA precisam não só de turistas para movimentar sua economia que está em franca ascensão, mas também de mão-de-obra, não só para serviços gerais, mas também para profissões mais estratégicas, como a área de tecnologia e saúde. Isso desde meados do ano passado, existe um cenário positivo na economia americana e a falta desses profissionais, que acabam deixando o Brasil em busca de uma melhor qualidade de vida e mais valorização profissional.
Uma boa notícia para quem pretende viajar a turismo ou a trabalho para os Estados Unidos é que o governo de lá estendeu até o fim deste ano a autorização para que consulados e embaixadas dispensem, quando necessário, a realização da entrevista presencial para a emissão de certos tipos de vistos. De acordo com a medida adotada, qualquer renovação de visto, incluindo de negócio e turismo (B1/B2), por exemplo, poderá ser dispensada da entrevista, se o visto anterior não tiver vencido há mais de 48 meses. Oficiais consulares também poderão dispensar a exigência de entrevistas nos casos de primeiro pedido ou renovação do visto H-2, voltado para estrangeiros que vão aos EUA realizar trabalhos temporários e sazonais.
É algo muito positivo, pois acaba diminuindo a fila para conseguir vistos. Desde a reabertura da economia americana, muitos brasileiros estão mudando de vida e conseguindo empregos em suas áreas de atuação nos EUA. Como já disse, faltam profissionais técnicos e de nível superior, logo, percebemos nesses últimos meses um fenômeno contrário, de muitos brasileiros voltando de Portugal devido ao desemprego e a alta dos preços de aluguéis e ao mesmo tempo, outros mudando para os EUA justamente pela falta de mão-de-obra.
Atualmente, o perfil dos candidatos ao visto permanente é de homens e mulheres, acima de 30 anos, até 55 anos, jovens adultos, estabilizados no Brasil. Muita gente acha que as pessoas querem ir para os EUA por estarem em dificuldades financeiras, sem perspectivas, não é bem assim, na verdade são pessoas que conquistaram muita coisa já aqui no Brasil, mas querem mais qualidade de vida, segurança, poder de compra, tudo que os EUA podem oferecer.
Existem 187 tipos de vistos para os EUA. O visto mais comum entre os brasileiros é o de turismo e o de negócios. Já os vistos permanentes são requeridos principalmente por executivos, investidores, aposentados, pesquisadores, imigrantes casados ou com parentesco no Brasil. Antes de pensar em viajar, seja para os Estados Unidos, Portugal ou qualquer outro lugar pensando em mudar de vida, aconselho buscar informações em agências especializadas. Justamente para não perder tempo, energia, trabalho, dinheiro e principalmente para evitar cair em promessas falsas e mais tarde, ter que pedir um auxílio para parentes, amigos ou até para agências governamentais para voltar para o Brasil. Mudar de país não é nenhum bicho de sete cabeças, mas não é simplesmente sair viajando por aí.
*Por Leonardo Leão, advogado especialista em direito internacional e imigração da Leão Group