Foi antecipada para hoje às 14h30, a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que irá investigar denúncias sobre a atuação de ONGs ambientais na Amazônia. Essa primeira reunião será preparatória para a eleição dos cargos de presidente e vice-presidente. Como autor da CPI, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) irá pleitear a presidência da Comissão. Se eleito, indica o relator.
“Nós da Amazônia precisamos acabar com esse abismo que existe entre a Amazônia e o resto do Brasil. Para isso temos que ter o direito de poder usufruir dos bens naturais que Deus – Deus, e não o homem – nos colocou à disposição. Precisamos saber o que essas ONGs fazem com os tantos milhões, não só do Fundo Amazônia, que, repito aqui o que disse há quatro anos, para nós da Amazônia, para o homem da floresta, o ribeirinho, o pequeno agricultor, o pescador, não vale absolutamente nada”, discursou Plínio ao anunciar a instalação da CPI.
A CPI terá duração de 130 dias, prorrogáveis por igual período. Desde o primeiro ano de seu mandato, em 2019, Plínio briga pela criação da CPI. Ele diz que valeu a pena a luta, pois os brasileiros finalmente vão conhecer a real situação de domínio de ONGs financiadas por institutos europeus e americanos para controlar qualquer atividade na região, deixando a população na pobreza com os cadeados ambientais que limitam projetos de desenvolvimento de geração de emprego e renda. A ideia é começar os trabalhos ouvindo lideranças indígenas, dar voz a quem não tem voz.
“A gente estudando, pesquisando, vendo, lendo e conversando, percebe que o buraco não é mais embaixo. A coisa é muito mais em cima. E nós vamos tentar abrir essa caixa-preta, tentar saber o que o Instituto Socioambiental fez nesses anos todos, no Alto Rio Negro. Por coincidência, a região mais rica do planeta”, observou Plínio.
No requerimento de criação da CPI, Valério apontou que outro objetivo é investigar repasses do governo a ONGs. Também deverá ser apurada a atuação de “ONGs de fachada”, que receberiam repasses de recursos públicos sem realmente prestar serviços ou que servem de laranjas para compra de terras por estrangeiros.
“Esses cavalos de Troia já foram colocados na Amazônia há décadas, à espera do inimigo, que são exatamente essas pessoas. Aos que acreditam eu quero reafirmar o meu compromisso de ir até onde for possível. E aos que não acreditam eu só tenho uma coisa a dizer: a glória não está só na vitória. A glória está na luta. Naquele que luta por uma causa justa, que é o nosso caso _ encerrou o autor da CPI, prevendo um boicote grande de poderosos contra as investigações da CPI”, finalizou.