O Brasil é um tradicional produtor de frutas cítricas. Laranjas, limões e tangerinas são variedades que fazem parte da rotina do brasileiro, seja em consumo in natura ou em forma de sucos e sobremesas. Em 8 de junho é comemorado o Dia do Citricultor, data estabelecida na década de 90 para lembrar a importância desse profissional para a fruticultura brasileira.
O papel do citricultor é tão relevante, que faz do país o maior produtor mundial de laranja. Para a safra de 2023/24, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) estima uma produção de 309,34 milhões de caixas de 40,8 quilos no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo e sudoeste mineiro – principal região produtora de laranja do mundo.
Dados da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), mostram que a laranja é a fruta mais cultivada no país, possui 800 mil hectares de plantio e responde por 79% do suco de laranja comercializado no mundo. Ou seja, a cada cinco copos consumidos no mundo, quase quatro são produzidos em solo brasileiro.
O Brasil também é líder na exportação mundial de suco de laranja. De acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), nos primeiros quatro meses do ano o Estado de São Paulo exportou US$ 682 milhões em suco, dos quais 97,3% são referentes ao suco de laranja. A exportação já supera em 21,2% o registrado no mesmo período do ano passado. Dentre os mercados de compra, destacam-se União Europeia (74%) e América do Norte (26%).
Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, empresa especializada em comércio exterior que detém 5% de todo o market share de Drawback modalidade isenção no país, alerta que o país deve ficar atento com a possível queda nesta safra no Triângulo-sp. “Os dois principais mercados mundiais de suco estão em queda. Os EUA sofre com as consequências do furacão Ian e o Brasil com o greening, isso poderá levar a queda na exportação de uma das maiores commodities do país”, afirma.
Também conhecido como huanglongbing (HLB), o greening é uma peste que afeta plantações ao redor do mundo. No Brasil, a doença é a segunda maior causa de queda de frutos e recentemente alcançou o maior patamar desde sua identificação. A projeção de perda para este ano é de 21%. Na avaliação de Pizzamiglio, isso pode gerar consequências financeiras para o mercado internacional se a doença não for controlada.
“Nos últimos anos, o mercado de suco brasileiro tem se destacado e disputado espaço internacional em igualdade com gigantes como EUA, China e Índia. Se mantivermos o ritmo de investimentos, aprimorando técnicas agrícolas e tecnológicas, especialmente no manejo e controle de pragas, novos recordes de safra serão batidos”, afirma o especialista.