Nicolás Maduro estava em reunião no Itamaraty com a Cúpula dos presidentes sul-americanos e, após esta terminar, os membros saíam e eram abordados por jornalistas nos corredores. Nesse momento, agentes de segurança do presidente venezuelano e a serviço do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência brasileira agrediram diversos jornalistas.
O caso ocorrido na noite do dia 30 ganhou ampla repercussão nesta quarta-feira (31). Veja o vídeo após o incidente:
A confusão começou durante uma entrevista de Nicolás Maduro. Os seguranças tentavam impedir a aproximação de profissionais da imprensa do ditador venezuelano. No empurra-empurra, um deles deu um soco no peito da repórter Delis Ortiz.
Agora a pouco, em uma entrevista para a Globo News, para o programa Estúdio i, a jornalista informou sobre o ocorrido e lembrou que inclusive ao lado dela, no momento da agressão, havia uma jornalista grávida de 7 meses, da Argentina. Ela informou que foi agredida duas vezes, a primeira por uma cotovelada no pescoço e depois o soco no peito, que foi a que mais doeu, pois a mesma tem uma prótese mamária por causa da mastectomia.
“É como se fosse um soco no peito de toda a imprensa. Agrediu todo mundo de uma só vez”, disse a jornalista.
A Globo News colocou em sua tarja principal que “Lula e Janja silenciam diante de agressão”.
Em nota à imprensa, o Itamaraty informa:
O Ministério das Relações Exteriores lamenta o incidente no qual houve agressão a profissionais de imprensa, ao final da Reunião de Presidentes da América do Sul. Providências serão tomadas para apurar responsabilidades”.
O Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal encaminhou nota pública:
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) lamenta os incidentes ocorridos, na noite desta terça-feira (30), no Palácio do Itamaraty, em Brasília, durante a realização da Cúpula de Presidentes Sul-Americanos, convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na saída do evento, alguns dos presidentes pararam para falar com a imprensa brasileira e estrangeira que trabalhava no local.
Não havia estrutura adequada para o trabalho dos profissionais na área do saguão, como a disponibilização de um púlpito e uma prévia organização das posições. Com isso, houve tumulto, que se agravou durante a passagem do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que foi cercado por jornalistas e cinegrafistas quando parou para conceder uma entrevista. Na confusão, jornalistas foram agredidos por integrantes das equipes de segurança, que agiram com truculência.
O Sindicato pede que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) apurem eventuais abusos cometidos contra os profissionais da imprensa. É fundamental que a organização preveja um planejamento mais compatível e adequado em eventos dessa natureza. A entidade também se solidariza com os profissionais agredidos e se coloca à disposição para dar o suporte que venha a ser necessário.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF)